Pará

Pará tem o 3º melhor saldo de empregos em pequenas empresas

No estado foram criados 44.851 novos postos de trabalho com carteira assinada em 2023.


 Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
No estado foram criados 44.851 novos postos de trabalho com carteira assinada em 2023. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Carol Menezes

Pelo terceiro ano seguido, as micro e pequenas empresas foram as grandes protagonistas na geração de novos postos de trabalho no país. De acordo com o estudo feito pelo Sebrae a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os pequenos negócios responderam por oito em cada dez empregos criados na economia em 2023.

No Pará não foi diferente: no total foram criados 44.851 novos postos de trabalho com carteira assinada. Desse total, 36.570 foram empregados somente nas micro e pequenas empresas, ou seja, mais de 81% dessas vagas formais – e outras 6,1 mil em médias e grandes -, o que reforça a importância desse setor pra economia do Estado. Este resultado coloca o Pará no ranking do terceiro maior saldo de empregos gerados pelos pequenos negócios – na conta de saldo de empregos x saldo por mil empregados -, atrás apenas do Amapá e do Piauí.

O bom posicionamento entre as unidades da federação ocorre quando inclusive há uma queda nas contratações entre um ano e outro: em 2022 foram quase 44 mil contratações formais por MPE.

De volta a 2023, na comparação mês a mês o destaque ficou para agosto e setembro, com mais de seis mil contratações cada. A alta pode ser explicada pelas vésperas do Círio de Nazaré, realizado em outubro, período em que normalmente há um aumento de contratações, principalmente no setor de Serviços – o que faz mais sentido ainda em uma análise paralela, que mostra que foi justamente este o setor com mais carteiras assinadas em 2023: quase 16 mil. Em seguida vem a Construção Civil, com 9,5 mil, e o Comércio, com quase oito mil.

Experiências que deram certo

O que era para ser um complemento de renda sem formalidade para a então acadêmica de Direito Joice Rocha virou um pequeno negócio que, nos últimos cinco anos, já contratou nove pessoas na modalidade CLT, e que seguem trabalhando no empreendimento.

O que era para ser um complemento de renda sem formalidade para a então acadêmica de Direito Joice Rocha virou um pequeno negócio

A pequena empresária que vendeu roupas na faculdade por três anos decidiu abrir uma loja física em 2019 dedicada à moda feminina, depois que o negócio se tornou mais rentável do que o emprego fixo que ela tinha.

“Apesar de ser um espaço simples, inicialmente na sala da minha casa, eu comecei a ver resultados, o negócio começou a expandir, comecei a atingir mais públicos, sempre focando muito na divulgação pelos meios digitais. No início eu tinha apenas uma colaboradora CLT, mas conforme a loja foi crescendo, a gente foi fazendo novas contratações”, explica.

Hoje o negócio de Joice ocupa outro espaço, com estrutura completa de loja. “Em 2023 nós ampliamos esse nosso espaço, fizemos uma reforma e em 2024 a gente está entrando com força total, com site, para atender todo o Brasil”, empolga-se.

Apesar de hoje colher os frutos de uma escolha acertada, a pequena empresária, que na verdade é do Maranhão mas mora em Belém desde 2011, admite que lidou com dificuldades. “Em 2016, quando eu comecei a empreender de forma informal, eu me deparei com um mercado que não é fácil, mas que como todo mercado requer muita dedicação em prol daquilo que a gente escolheu. É desafiador empreender, é um grande desafio diário, mas desde que você se proponha a fazer dar certo, estudar, se capacitar, o seu negócio pode crescer”, afirma.

O sonho de empreender foi posto em prática pelo pequeno empresário Adonis Corecha há mais de quatro anos, com a abertura de uma cafeteria na Cidade Nova, em Ananindeua. Atuante na Marinha Mercante, ele decidiu abrir o próprio negócio depois de uma viagem a Buenos Aires, capital da Argentina.

“Como abrimos praticamente na pandemia, em setembro de 2019, o primeiro ano foi desafiador e determinante para ver se ia dar certo ou não o projeto. Em um ano e meio a gente conseguiu ver um bom retorno”, relata ele, que hoje conta com cinco funcionários de carteira assinada e dois diaristas.

O movimento no pequeno empreendimento começou a render clientes esperando do lado de fora por uma mesa, e por isso Adonis resolveu ampliar o ponto físico, ao mesmo tempo em que planeja abrir uma segunda loja, desta vez em Belém. Tudo na base do trabalho mesmo, e poucos incentivos, segundo Adonis.

“Infelizmente é difícil empreender no Brasil e particularmente no Pará é mais difícil. Não dispomos de incentivo algum, tanto que nossa obra de expansão obra está sendo feitos com recursos próprios”, justifica.