Notícias

Presidente nacional do PL é preso em flagrante

Presidente do PL, Valdemar Costa Neto foi preso por porte ilegal de arma pela Polícia Federal
Presidente do PL, Valdemar Costa Neto foi preso por porte ilegal de arma pela Polícia Federal

JOSÉ MARQUES E THAÍSA OLIVEIRA

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo nesta quinta-feira (8). PL é o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A arma foi localizada pela Polícia Federal durante a ação de busca e apreensão no âmbito da operação que investiga uma tentativa de golpe. As medidas ocorreram em seu endereço pessoal e também na sede do PL. Foram encontradas pepitas de ouro em posse de Valdemar.

Nesta quinta-feira, a PF deflagrou operação contra Bolsonaro, ex-ministros e militares, incluindo os generais Augusto Heleno, Walter Braga Netto e o ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos.

Valdemar foi alvo das medidas, mas não havia ordem judicial para prendê-lo —ele foi detido em flagrante devido à arma.

O ministro Alexandre de Moraes (STF) determinou busca e apreensão “de armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos” e outros materiais que possam ajudar nas investigações nos endereços de Valdemar.

O presidente do PL foi conduzido para a sede da PF. Ele ainda passará por audiência de custódia.

A PF cumpre mandados de busca e prisão contra ex-ministros de Bolsonaro e militares envolvidos na suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder.
Um dos alvos é o próprio ex-presidente, ele terá que entregar o passaporte em 24 horas para a PF. Bolsonaro já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é alvo de outras investigações no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele está inelegível até 2030.

A Polícia Federal afirma que o PL foi instrumentalizado “para financiar a estrutura de apoio as narrativas que alegavam supostas fraudes às urnas eletrônicas, de modo a legitimar as manifestações que ocorriam em frentes as instalações militares”.

O ápice da instrumentalização, segundo a PF, ocorreu quando a coligação Pelo Bem do Brasil (formada por PL, Republicanos e Progressistas) entrou com uma ação judicial com um pedido que, na prática, “anularia os votos computados pelas urnas fabricadas antes de 2020”.

A investigação coloca o presidente do PL no que chama de “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral”.

Segundo a PF, coube a Valdemar “financiar, divulgar perante a imprensa e endossar a ação judicial que corroborava a atuação da rede de especialistas que subsidiaram estudos técnicos, que comprovariam supostas fraudes nas eleições presidenciais de 2022”.

“Os investigados atuaram de forma coordenada, em unidade de desígnios, para desacreditar o sistema eletrônico de votação que regia as eleições presidenciais de 2022, utilizando-se de diversos meios, proclamados como técnicos para gerar a formação de uma primeira impressão”, diz trecho da representação.

A ação foi batizada de Tempus Veritatis e investiga uma organização criminosa que, diz a PF, atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito “para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder”.

As medidas autorizadas por Moraes estão no âmbito do inquérito das milícias digitais.
Além das prisões e buscas, a PF também cumpre medidas diversas como a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.”

São cumpridos mandados nos estados de Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná e Goiás e no Distrito Federal.

Segundo a PF, as investigações apontam que o grupo investigado se “dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.”

Primeiro, diz a Polícia Federal, o grupo atuou para construir e propagar a versão de que havia tido fraude na eleição de 2022, “por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022”.

Em seguida, de acordo com a PF, foram desenvolvidos atos concretos para “subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível”.