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SUPERCLÁSSICO: Paysandu e Remo prometem um jogo de arrepiar no Mangueirão

Tylon Maués

Ao todo, Paysandu e Clube do Remo já se enfrentaram 770 vezes ao longo de suas centenárias histórias. Hoje, os dois voltam a campo para o Re-Pa que pode ser o mais importante de 2024, isso porque pode ser o único. Os rivais só voltam a ficar um diante do outro se ambos seguirem adiante no Campeonato Paraense ou se enfrentarem em fases mais adiantes da Copa Verde e da Copa do Brasil. Esse ano não haverá clássico no Brasileiro.

Os dois chegam hoje em total igualdade de condições, cada um com 100% de aproveitamento na competição estadual. O Papão tem um jogo a mais, por isso aparece na liderança. No entanto, as campanhas são muito parecidas. Nenhuma defesa foi vazada, com o ataque azulino tendo feito seis gols e o alviazul cinco. A partida começa às 17h e, na prática, mudará quase nada quanto à caminhada das equipes para a classificação à fase seguinte. Mas o Re-Pa não vive apenas no mundo da racionalidade.

Paysandu e Remo estão em fases embrionárias de trabalho em 2024. O objetivo de cada um é bem mais adiante, o Campeonato Brasileiro. O Papão acabou de subir e tem como meta principal se manter na Série B. O Leão vem de dois anos frustrantes em nível nacional, vendo o rival conseguir o acesso e, esse ano, está investindo tudo o que tem em busca obsessiva para subir de divisão. As torcidas de cada lado sabem disso, mas quando chega no clássico todo e qualquer pensamento sólido baseado na razoabilidade se desmancha no ar em busca de vencer – de preferência humilhar – o antagonista histórico.

Os dois clubes montaram elencos que têm chamado a atenção do torcedor e deixado muitos deles entusiasmados pelo o que pode vir. Mas tanto o bicolor Hélio dos Anjos quanto o azulino Ricardo Catalá têm falado constantemente que ainda é cedo, muitos jogadores ainda estão longe de uma melhor condição física e até as formações ideais ainda estão sendo buscadas.

Pelo lado bicolor há uma pequena base mantida do ano passado, capitaneada por aquele que é o jogador mais importante dos clássicos dos últimos cinco anos, o atacante Nicolas. “O Nicolas é outro jogador atuando no Paysandu, ele faz gol de todos os jeitos”, vacinou Hélio dos Anjos no último final de semana, após o jogador marcar dois dos três gols do Papão na vitória sobre o Águia, fora de casa.

De volta à Curuzu depois de um hiato de três anos, o atacante de 34 anos está na quarta temporada pelo Paysandu, com impressionantes 41 gols oficiais. E o clássico de hoje marca justamente o reencontro com a sua maior vítima na carreira. Ao todo, ele encarou o Remo em 15 clássicos e balançou as redes em oito oportunidades.

No Remo, quase tudo é novidade. O mais experiente em Re-Pa talvez nem esteja no Mangueirão logo mais. O goleiro Vinícius vive seus últimos dias no clube de forma melancólica, sequer sendo relacionado para as partidas. O maior ídolo azulino deste século tem contrato somente até o fim do Parazão e dificilmente terá o vínculo renovado. As apostas azulinas recaem na qualidade técnica e na experiência de alguns dos contratados este ano. Casos dos meias Camilo e Pavani, do centroavante Ytalo e do goleiro Marcelo Rangel, além da grata surpresa até aqui com o atacante Echaporã. “Estamos felizes com a oportunidade de representar o Clube do Remo em um jogo desse tamanho. Espero que seja uma festa bonita e que ela favoreça o esporte”, comentou Ricardo Catalá.

FICHA DO JOGO

  • Paysandu: Matheus Nogueira; Edilson, Wanderson, Lucas Gama e Kevyn; Leandro Vilela, Val Soares, Biel e Bryan; Nicolas e Jean e Dias. Técnico: Hélio dos Anjos.
  • Remo: Marcelo Rangel; Thalys, Ícaro, Reniê e Nathan; Daniel, Pavani e Camilo; Echaporã, Ytalo e Marco Antônio. Técnico: Ricardo Catalá.
  • Local: Mangueirão. Horário: 17h. Árbitro: Olivaldo José Alves Moraes. Assistentes: Ederson Brito de Albuquerque e Luís Diego Nascimento Lopes. Transmissão: TV Cultura, Rádio Clube do Pará e Dol (lance a lance).