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Paraense está pagando mais caro pela farinha de mandioca

Paraense está pagando mais caro pela farinha de mandioca Paraense está pagando mais caro pela farinha de mandioca Paraense está pagando mais caro pela farinha de mandioca Paraense está pagando mais caro pela farinha de mandioca
No comparativo de preços em 2023, o kg da farinha de mandioca acumulou alta de 19,43%
No comparativo de preços em 2023, o kg da farinha de mandioca acumulou alta de 19,43%

Trayce Melo

A cesta básica no Pará encerrou o ano passado com alta no preço dos seus produtos, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/Pará). Levantamento divulgado recentemente apontou que no último mês do ano passado, o conjunto de itens que compõem a cesta básica dos paraenses comercializados na capital voltou a ficar mais caro, custando cerca de R$ 645,44.

O balanço efetuado pelo Dieese mostra ainda que, no mês passado, a maioria dos produtos que compõem a cesta básica dos paraenses voltou a apresentar aumentos de preços, com destaque para o tomate, que registrou, neste mesmo período, o quarto maior reajuste acumulado, seguido da farinha de mandioca, que vem apresentando aumentos sucessivos de preços. A farinha foi o produto que mais subiu de preço no balanço acumulado de 2023.

O preço da farinha de mandioca apresentou a seguinte trajetória nos últimos 12 meses: em dezembro/2022, em média o kg do produto foi comercializado a R$ 8,70. Em janeiro/2023 foi comercializado em média a R$ 9,26; em novembro/2023 foi vendido em média a R$ 10,36 e no último mês do ano passado foi comercializado em média a R$ 10,39. Com isso, os paraenses voltaram a pagar mais caro pela farinha em dezembro, com alta de 0,29% em relação a novembro. No comparativo de preços em 2023, o kg do produto acumulou alta de 19,43%.

O supervisor técnico do Dieese/Pará, Everson Costa, explica que a produção do tomate e da farinha está sofrendo com os efeitos sazonais.

“A gente está falando de dois produtos que fazem parte do nosso cotidiano. A farinha muito mais porque ela vai com o pescado, com o açaí e tem uma rotina de entrada e participação muito maior do que o tomate. Mas o que é comum aos dois é o período de entressafra desses produtos. A gente sabe que o período chuvoso, principalmente aqui nosso inverno amazônico, faz com que a produção de farinha seja afetada. Já o tomate, dependendo da região que venha, mais fortemente do Sul e Sudeste, também é afetado pelo período da entressafra e outro fator é a forte variação climática dessas regiões. A produção de tomate até acontece, mas o problema é a qualidade dessa produção, ela está sendo afetada. Então o tomate, ele está menor e perecendo mais rápido”, pontua.

“A farinha do Pará é a campeã na produção nacional, nós temos cerca de 95% da produção nacional aqui no Pará. Acontece que mesmo com a entressafra e mesmo sendo uma produção local, o que muda nessa relação é a questão dos atravessadores que é uma cadeia de produção. Ou seja, tem muitas famílias, muitas zonas rurais e comunidades. Só que elas não estão organizadas, cooperadas, e essa produção ainda é artesanal. Com isso, você tem, então, outros elementos participando da formação de preço da farinha. E aqui a gente tem os chamados atravessadores, que fazem parte do mercado livre, mas eles vão lá, compram por um preço bem mais barato, e vão vendendo o produto, dependendo do preço que eles queiram”, ressalta