A ajuda que sustenta o Parazão
Nenhuma outra unidade da federação tem um programa de apoio financeiro ao futebol como o que existe no Pará há mais de uma década e que foi turbinado no governo Helder Barbalho. Só a dupla Re-Pa recebe perto de R$ 6 milhões em três modalidades de repasses. Apesar disso, a importância dessa ajuda foi menosprezada nesta semana.
O valor destinado a cada um dos grandes da capital é de R$ 745.113,60 por ano (dos R$ 3,3 milhões pagos aos clubes pela transmissão dos jogos do Parazão). A Funtelpa paga esse montante via convênio com a Federação Paraense de Futebol (FPF).
O outro convênio é por meio do Banpará, que paga a Paysandu e Remo pelo contrato do Campeonato Estadual e do Naming Rights. O valor total é de R$ 6 milhões. Paysandu e Remo recebem R$ 687.887, 95, cada.
Pelo Naming Rights, cada um recebe R$ 1,5 milhão (cota única paga em 2023 com vigência de 24 meses).
A Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (Seel) não dá apoio financeiro direto, mas garante suporte com o desconto médio de 50% pela locação do estádio Jornalista Edgar Proença.
Outra vantagem é que, nos dias de jogos, a Seel disponibiliza equipe de 100 pessoas para apoio no estádio. Cede equipamentos de infraestrutura, como grades de contenção e libera espaços de lazer, como bares e restaurantes, sem cobrar taxas por isso. E ainda cuida da limpeza do Mangueirão ao término das partidas.
É importante relembrar a ajuda governamental porque, apesar de assegurar com os recursos a sobrevivência do Parazão, a semana teve uma manifestação desastrada da diretoria do Paysandu, alvejando diretamente a Seel a partir de uma acusação não confirmada.
Com base em boatos, o clube entendeu que Tapajós x Remo jogariam no Mangueirão neste domingo (28), sentindo-se prejudicado porque havia solicitado a mudança do local de Caeté x Paysandu, realizado na quarta-feira (24). Julgou que havia sido discriminado. Não foi. A Seel não autorizou qualquer mudança, até porque nem houve pedido.
A relação de confiança e respeito entre os clubes e a Seel ficou seriamente abalada, mesmo porque a retratação feita pelo presidente do PSC foi insuficiente. A admissão da trapalhada não veio acompanhada do devido e necessário pedido de desculpas.
Para um campeonato que sempre foi deficitário, com zero receita de patrocínio privado, o repasse que o governo estadual faz é uma espécie de bálsamo. Não haveria Parazão sem a contribuição pública, que é ampliada anualmente pelo governador Helder Barbalho.
Foi graças a isso que o Campeonato Paraense foi realizado normalmente ainda sob a pandemia, sem que os clubes tivessem qualquer redução nos valores dos contratos.
A partir de agora, recomenda-se acima de tudo prudência, temperança e freio na língua.
Bola na Torre
O programa tem a apresentação de Guilherme Guerreiro, com a participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. A terceira rodada do campeonato é o tema em debate e análise. A edição é de Lino Machado.
Reforços podem ser preparados para o clássico
Depois que o técnico Ricardo Catalá admitiu que o Remo ainda não conseguiu firmar uma conexão entre o meio e o ataque, o período de 10 dias de folga no campeonato (pelo adiamento do jogo com o Tapajós) vem a calhar para o aprimoramento da equipe.
Mais que isso: o Remo pode contar com dois reforços que chegaram nos últimos dias, Ribamar e Kelvin. O centroavante é visto com certa desconfiança pela passagem pouco inspirada por outros clubes, mas a estreia do atacante de lado é esperada com mais ansiedade.
O paranaense Kelvin chegou com o prestígio da excelente passagem pelo futebol português. Em 2013, cravou seu nome na história dos imortais do FC Porto ao garantir a vitória sobre o Benfica (de Jorge Jesus) aos 46’ do 2º tempo. O gol até hoje é celebrado pela torcida do Porto.
Os dias de pausa podem permitir que os dois novatos sejam preparados para estrear até mesmo no clássico com o PSC, no domingo, 4 de fevereiro. Outro benefício é a recuperação dos jogadores Daniel, que se recupera de lesão no joelho, e Jonilson, que passa por reequilíbrio muscular.
Bom currículo recomenda o novo reforço bicolor
Quando quase todo mundo achava que o PSC havia fechado as contratações para o setor defensivo, depois da chegada do lateral esquerdo Kevyn, o clube anunciou na sexta-feira o lateral-direito Michel Macedo, de 33 anos, junto com o goleiro da base Claudio Vitor, de 20 anos. Ambos já estão regularizados e em condições de jogo.
Revelado no Flamengo, Michel deu seus primeiros passos na carreira defendendo o Almería, da Espanha, por quatro temporadas. Ao voltar, em 2013, defendeu o Atlético-MG no Campeonato Mineiro e na Libertadores.
Depois de duas temporadas no Galo, retornou ao Almería, atuando nas temporadas 2014/15 e 2015/16. Nos dois anos seguintes, Michel seguiu na Espanha, mas jogando pelo Las Palmas.
Em 2019 se transferiu para o Corinthians, onde venceu o Paulistão daquela temporada. Depois, foi emprestado ao Juventude. Transferiu-se para o Ceará onde jogou a Série B em 2022 e 2023.
O ano passado não foi tão produtivo – atuou em apenas 11 jogos, sendo titular em sete. Chega para compor elenco e disputar posição com Edilson, o atual titular da lateral-direita.