Pará

Áreas protegidas do Pará têm maior queda no desmatamento

Áreas protegidas do Pará têm maior queda no desmatamento Áreas protegidas do Pará têm maior queda no desmatamento Áreas protegidas do Pará têm maior queda no desmatamento Áreas protegidas do Pará têm maior queda no desmatamento

Luiza Mello

O desmatamento em áreas protegidas da Amazônia caiu quase quatro vezes (73%) em 2023, na comparação com 2022 e o Pará está entre os estados onde essas áreas foram mais preservadas. De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), no ano passado a devastação em Unidades de Conservação (UCs) e em Terras Indígenas (TIs) localizadas na região, que passou de 1.431 km² em 2022 para 386 km² em 2023, uma redução de 73%, quase quatro vezes menos e registrou o menor índice desde 2014. O monitoramento é realizado a partir de imagens de satélite do instituto de pesquisa Imazon.

Essa redução superou a queda geral na derrubada, que passou de 10.573 km² em 2022 para 4.030 km² em 2023, um decréscimo de 62%, quase três vezes a menos. Com isso, o desmatamento registrado de janeiro a dezembro do ano passado foi o menor em cinco anos, desde 2018.

As Terras Indígenas que ficam em território do Estado do Pará e que tiveram os maiores índices de redução são Apyterewa (-85%), localizada entre os municípios de São Félix do Xingu, Altamira, Anapu e Senador José Porfírio, na região do Médio Xingu; e Cachoeira Seca (- 53%), que fica entre Altamira, Placas e Uruará.

Levando em conta apenas as unidades de conservação da Amazônia (UCs), o desmatamento teve queda de 77%, passando de 1.214 km² em 2022 para 282 km², ou quatro vezes menos que no ano anterior. Foi a menor área de floresta destruída nesses tipos de territórios em nove anos, desde 2014.

A maior redução ocorreu nos territórios sob jurisdição federal, onde a derrubada passou de 468 km² para 97 km², o que significa uma queda de 79%, quase cinco vezes menos. Já nas áreas estaduais, a devastação passou de 746 km² para 185 km², sendo 75% ou quatro vezes menos, sendo que as áreas de proteção ambiental (APAs) localizadas no Pará tiveram as maiores reduções: APA Triunfo do Xingu (-80%), APA do Tapajós (-90%), Flona do Jamanxim (-93%), e APA do Lago de Tucuruí (-69%). “Todas as 10 UCs mais desmatadas da Amazônia em 2023 foram territórios onde a derrubada teve redução”, observa a pesquisadora Larissa Amorim, coordenadora do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon.

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e é formada por nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão. “A redução expressiva do desmatamento em áreas protegidas é muito positiva, pois são territórios que precisam ter prioridade nas ações de combate à derrubada. Isso porque, na maioria das vezes, a devastação dentro de TIs e UCs significa invasões legais que levam a conflitos com os povos e as comunidades tradicionais que residem nesses territórios”, revela o coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, Carlos Souza.

ESPECIAL

O Estado do Pará tem uma legislação própria para preservar duas novas categorias de Unidades de Conservação (UCs) inéditas no Brasil: os Bosques Municipais e os Rios de Proteção Especial. A Lei nº 766/2023, sancionada pelo governador Helder Barbalho no final de dezembro do ano passado institui a Política e Sistema Estadual de Unidades de Conservação. A medida estabelece diretrizes importantes para a criação de novas áreas protegidas no território paraense, com o objetivo de preservar os recursos naturais e promover o desenvolvimento sustentável.

A nova legislação é resultado do trabalho conjunto da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio). Além de criar os Bosques Municipais e os Rios de Proteção Especial, a legislação também define critérios importantes para a criação e gestão das Unidades de Conservação estaduais e municipais, como parques, estações ecológicas, reservas biológicas, monumentos naturais, áreas de proteção ambiental, entre outros.

UC de Monte Dourado: Só as unidades tiveram queda de 77% no desmatamento em 2023
FOTO: FABÍOLA TUMA / IMAZON