Serviço de negociação dívidas do Serasa chega a Belém; veja como participar

Pryscila Soares

O caminhão do projeto Serasa na Estrada está na capital paraense com o objetivo de oportunizar a quitação de dívidas de milhares de belenenses. A ação para limpar o nome dos brasileiros inadimplentes iniciou em agosto de 2023 e passou por 17 cidades. De acordo com a Serasa, em Belém, a inadimplência atinge mais de 660 mil pessoas, cujas dívidas somam mais de R$ 3,3 bilhões. Em média, cada devedor da capital tem R$ R$ 5.088,69 em débitos, valor abaixo da média brasileira, que é de R$ R$ 5.174,62.

A ação iniciou nesta terça-feira, 23, e seguirá até o próximo sábado (27). O caminhão está estacionado na Praça Dom Pedro II, no bairro da Campina. No primeiro dia da ação, dezenas de pessoas formaram fila no local, em busca de orientações e, sobretudo, quitar dívidas.

No Pará existem mais de 2,5 milhões de pessoas inadimplentes, o que representa 38,54% da população adulta. Cada inadimplente paraense deve, em média, R$ 3.964,83. A maior parte das dívidas no Estado está concentrada em três setores: Bancos e Cartões (30,28%), Varejo (19,31%) e Financeiras (16,70%). E entre as faixas etárias mais inadimplentes, destaca-se o grupo entre 26 e 40 anos (36%), seguidos pela população entre 41 e 60 anos (33,8%), pessoas acima dos 60 anos (15,6%) e até 25 anos (14,6%).

Desde o início no ano passado, o projeto já oportunizou mais de R$ 102 milhões em descontos de dívidas nas renegociações, conforme ressalta Gabriel Cantu, coordenador nacional da Serasa.

“O Serasa na Estrada vem com duas ideias principais. Uma é apoiar os nossos consumidores de Belém para que possam iniciar o ano de 2024 com o nome limpo, porque a gente sabe que o acesso ao crédito com o nome sujo é uma coisa muito complexa. E também trazer a palavra da educação financeira. A gente sabe que muitas pessoas limpam o nome e logo na sequência já se tornam inadimplentes novamente, e ficam sem acesso ao crédito”, pontua.

REGULARIZAÇÃO

Para realizar o sonho de financiar um veículo, a autônoma Natali Souza, 31, precisa quitar uma dívida de mais de R$ 10 mil. Ela estava entre as pessoas que procuraram a ação em busca de renegociação. “Não consegui resolver o meu problema hoje, mas fui orientada e vou tentar regularizar pela instituição, porque tenho que ir lá mesmo. Uma das dívidas é do Fies. Quero financiar um carro e preciso ter o score alto e o nome limpo”, explica.

Já a funcionária pública Graça Domingues, 64, foi em busca de orientação para tentar o nome de uma dívida antiga. “É uma dívida que já paguei três vezes, mas até hoje não tiraram o meu nome do Serasa. Aqui me orientaram de que preciso procurar a empresa. Estou bom o boleto pago e vou procurar. Acho que o sonho de todos nós é ter o nome limpo, porque o pior coisa da vida é querer fazer alguma coisa e não poder, né?”, diz.