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Gerson Nogueira analisa Remo x Canaã: 'Uma estreia sob desconfiança'

Foto: Samara Miranda/Remo
Foto: Samara Miranda/Remo

Uma estreia sob desconfiança

O técnico é o mesmo, mas os jogadores são outros, em sua grande maioria. A história de que ano novo pede vida nova não funciona bem junto ao torcedor. Entre os azulinos pouco continua viva a lembrança da improdutiva temporada remista em 2023. Isso gera desconfianças em relação ao novo time, que estreia hoje no Parazão contra o Canaã, às 16h, no estádio Jornalista Edgar Proença.

Este é o primeiro grande desafio do Remo em 2024. Precisa convencer sua torcida de que é um digno de crédito logo na competição inicial. Para tanto, investiu alto na composição do elenco, hoje integrado por jogadores bem conhecidos, como Camilo, Ytalo e Marco Antônio.

Candidato natural ao título, juntamente com o PSC – que estreou neste sábado contra o Santa Rosa –, o Remo tem a missão de refazer a ponte afetiva com sua torcida e lutar para impedir que o rival conquiste o 50º título de sua história.

Sob o comando de Ricardo Catalá, que evitou um fiasco maior na temporada passada ao reerguer o time na Série C, o Remo tem ambições maiores do que a conquista do Estadual. Busca o título da Copa Verde, ir o mais longe possível na Copa do Brasil e, acima de tudo, garantir o acesso à Série B.

Para cumprir satisfatoriamente essa agenda é fundamental começar de forma positiva e indiscutível. Vencer o Canaã é obrigação natural. Por isso, a torcida que vai lotar o Mangueirão espera uma atuação convincente, com foco nos novatos e também na prata da casa – Kanu, Felipinho, Paulinho Curuá e Ronald.

O adversário, egresso da Série B1, não tem o mesmo investimento e nem as mesmas pretensões, mas é um franco-atirador, joga sem responsabilidades maiores, o que sempre favorece boas atuações. O Remo, portanto, não pode entrar convencido de que terá vida fácil.

A torcida não verá ainda as duas novas contratações, anunciadas na sexta-feira (19): o centroavante Ribamar e o atacante Kelvin. Dois nomes que geram expectativas distintas. Aos 26 anos, Ribamar tem uma carreira inconsistente. Revelado pelo Botafogo, teve passagem fraca pelo Vasco e só mostrou bom rendimento no Náutico, no ano passado.

Experiente, Kelvin tem um currículo mais alentado, com atuações elogiadas no FC Porto, no São Paulo e no Palmeiras, onde conquistou a Copa do Brasil 2013.  Aos 30 anos, é um atacante que explora os lados. Foi assim que conseguiu destaque. Defendeu São Paulo, Vasco, Fluminense, Coritiba, Botafogo e Vila Nova. Estava atualmente no Ryukyu, do Japão.

O anúncio dos dois jogadores fecha a atual etapa de contratações do Remo, que já tem 19 importados. Novos reforços agora, provavelmente, somente após o Campeonato Paraense e a Copa Verde.

Uma denúncia de homofobia que exige esclarecimento

Em nota oficial, nesta semana, o Remo se posicionou sobre denúncias de homofobia veiculadas nas redes sociais. “Na averiguação dos fatos, o professor citado já foi convocado para uma reunião que ainda não aconteceu. Tanto a diretoria, na figura do presidente Antônio Carlos Teixeira, como o departamento jurídico irão tomar as medidas legais necessárias para esclarecimento dos fatos”, diz a nota.

Enfatiza, ainda, “o orgulho do nosso quadro de atletas, colaboradores, assim como da nossa torcida que é a maior do Estado e sua pluralidade em todos os sentidos”.

A situação veio à tona nas redes sociais envolvendo uma suposta discriminação contra manifestações afetivas entre nadadores do clube. A repercussão foi extremamente negativa, levando a direção do Leão a abrir nesta semana uma investigação interna para apurar os fatos. O mínimo que se espera é que tudo seja devidamente esclarecido.

Bola na Torre

O programa terá o comando de Guilherme Guerreiro, na RBATV, a partir das 22h, abordando a rodada inaugural do Campeonato Paraense. Participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. A edição é de Lino Machado.

Candidatos a astros pontificam no Pré-Olímpico

Thiago Almada (Atlanta United) e Ezequiel Fernández (Boca Juniors) são dois destaques da seleção argentina que estreia neste fim de semana no Pré-Olímpico da Venezuela. O Brasil escapa inicialmente de um confronto direto com o time treinado por Javier Mascherano. Os dois rivais estão em chaves separadas.

O torneio vai definir duas vagas para o torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O escrete canarinho, treinado por Ramon Menezes, tem duas estrelas também: Endrick, de 17 anos, negociado pelo Palmeiras com o Real Madrid, e John Kennedy, herói do Fluminense na Copa Libertadores.

Atual bicampeã olímpica (Rio 2016 e Tóquio 2020), a Seleção Brasileira estreia na terça-feira (23) contra a Bolívia, às 17h, em Caracas.

Além da capital, as cidades de Valência e Barquisimeto também serão as sedes do Pré-Olímpico. O Brasil está no grupo 1, ao lado de Venezuela, Colômbia, Bolívia e Equador. Um grupo menos complicado do que o da Argentina, que tem como adversários Uruguai, Paraguai, Peru e Chile.

As seleções se dividem em dois grupos de cinco equipes cada. A fase de grupos vai até 2 de fevereiro. Os jogos serão disputados por pontos, num sistema de todos contra todos na primeira fase. Classificam-se para a fase final as seleções que ocuparem as duas primeiras posições em cada grupo.

Historicamente, a seleção mais bem-sucedida da competição é a verde-amarela, que ganhou o torneio sete vezes, seguida pela ‘Albiceleste’, com cinco.