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Bruna Guerreiro lança 'Milênio', seu novo romance

Bruna Guerreiro lança novo romance que costura uma história entre idas e vindas
Bruna Guerreiro lança novo romance que costura uma história entre idas e vindas

Wal Sarges

“Milênio” é o novo livro da escritora paraense Bruna Guerreiro, que será lançado neste sábado, 20, às 17h, na Livraria Travessia, no bairro do Umarizal, em Belém. O evento de lançamento contará com uma conversa mediada pela professora Jeniffer Yara.

Bruna Guerreiro nasceu em Belém, viveu mais de dez anos em São Paulo, onde se formou em História, na Universidade de São Paulo, e em Francês, e lá começou a escrever seu primeiro romance. De volta a Belém, já trabalhando como professora e tradutora de francês, publicou seu primeiro livro em 2013. Escreve sobre o amor, em suas diversas formas. Entre romances, novelas e contos, tem hoje mais de vinte títulos publicados.

A autora conta que dá para explicar “Milênio” de várias maneiras. “É uma história sobre amor, adultério e luto, uma história de reencontro na maturidade, é também a história de um amor que começa muito errado e que talvez faça o leitor questionar moralmente os protagonistas, mas é também a história de duas pessoas boas que cometem um erro, tentam consertar, talvez até consigam, mas e aí, o que elas merecem depois disso? Merecem final feliz? Não sei se todo mundo vai concordar que merecem, mas acho que o mais importante é como essas pessoas lidaram com seus erros”, diz.

Este é o primeiro livro que a escritora assume que foi inspirado em histórias reais de sua vida, mas enfatiza: “é uma obra de ficção, é sempre bom lembrar disso!”. De acordo com ela, a inspiração foi um episódio que viveu em 1999 e, a partir dessa memória, ela extrapolou muita coisa para esses personagens que criou. “Além disso, os leitores da minha geração vão reconhecer muitos elementos dos primórdios da internet e aquela excitação de conhecer gente on-line e travar relações dessa forma, o que, na época, era algo totalmente sem precedentes. Ninguém nos ensinou como agir e isso era na verdade maravilhoso e fascinante. Foi como colonizar um mundo novo e hoje em dia quase todo mundo vive nesse mundo, é bem comum”.

O título do livro remete à virada do milênio, de 1999 para 2000. “Passar para o ano 2000 era uma coisa tão mágica. E esses personagens vão se reencontrar depois de 20 anos, em 2019”.

Bruna conta que gosta muito de explorar esse tema, das relações virtuais, ou que começam virtuais. “É algo que vivi desde muito cedo e ainda vivo, então passei por todas essas fases, desde o chat do UOL, ICQ, até chegarmos no Twitter, que também aparece neste livro. Acho fascinante esse ambiente, esse ‘não-lugar’ que é a internet. De forma mais ampla, eu, enquanto romancista, sempre gosto de puxar temas que podem fazer repensar o amor, as relações e o próprio conceito de romantismo com o qual estamos acostumados. Me interessa sacudir um pouco o moralismo do certo e errado, porque acho que isso aproxima a história do leitor”, diz.

“Todos nós erramos, isso é inevitável. E eu acredito que é a forma como vamos lidar com esses erros que vão determinar quem somos e possivelmente o sucesso das relações que construímos, então acho importante pensar sobre esses limites morais que a gente herdou e que ainda balizam as relações românticas. Por exemplo, embora este não seja um livro escrito para questionar monogamia, mesmo assim questiona.”

Bruna diz que o livro não faz parte de uma série, mas dialoga com o que já escreveu. Ainda assim, a escritora diz traz coisas muito diferentes das publicações anteriores. “Para começar, é um livro que começa pelo fim. Primeiro essa relação termina, é a primeira coisa que se lê. Esse final, a forma como termina, vai desenhar o caminho que os personagens vão percorrer até se reencontrarem. A ação é toda recortada e recosturada com flashbacks – você não lê a história na ordem certinha. Até porque, nesse livro, eu falo muito da memória como labirinto, como quebra-cabeça e até como ficção. Essa memória que a gente edita e guarda só pedaços, mas às vezes tropeça em algo esquecido, bloqueado, e tudo volta.”, descreve.