'Trilhas Compartilhadas' da FCP apresenta projeto premiado em edital

A Casa das Artes, da Fundação Cultural do Pará (FCP), realiza nesta quarta-feira, 17, mais uma edição do projeto “Trilhas Compartilhadas”, que neste mês terá como tema “Pesquisa e Experimentação sobre o Corpo Alterado do Palhaço de um Artista Amazônida”. A palestra será a partir das 18h e tem como convidado o artista e professor Edson Rodrigues. A entrada é gratuita.

O “Trilhas Compartilhadas” foi lançado em 2022 e aborda todas as modalidades de linguagens artísticas a serem debatidas em formato de conversa. Em 2024, o objetivo do projeto é compartilhar e apresentar a linha de pesquisa dos artistas contemplados no edital do Prêmio FCP de Pesquisa e Experimentação Artística 2023.

O coordenador de Artes Cênicas da Casa das Artes, Danilo Bracchi, falou sobre a relação entre o edital e o projeto. “A gente abre o “Trilhas” para o público ver esse processo de pesquisa de um artista que ganhou o aporte financeiro. Muitos deles têm dúvidas sobre como escrever em um edital de Pesquisa e Experimentação e essa é a oportunidade de ver o trabalho de quem foi premiado, levando a entender o que é realmente o edital e como participar dele”.

O coordenador também explicou o que se pode esperar do bate-papo. “O público vem para entender qual é a poética desse artista, por onde ele passa, o que o influencia em relação à arte e ao mundo nos processos de pesquisa”, finalizou.

Prêmio FCP de Pesquisa e Experimentação Artística 2023 – O artista Edson Rodrigues conta como surgiu a sua proposta premiada. “Sou ator, faço teatro há seis anos e entrei em contato com a palhaçaria há menos de dois anos, na Escola de Teatro e Dança da UFPA. A minha primeira inquietação foi o estado do palhaço e o que isso causava no meu corpo, porque na época eu estava tratando o transtorno de ansiedade generalizado e tendo crises de pânico. Quando entrava no estado de palhaço, colocava o nariz, não sentia sintomas e isso foi a minha primeira metodologia de pesquisa, ir pra rua no estado de palhaço”, explicou.

“Me juntei com a professora Andrea Flores e começamos a pesquisar. A minha primeira metodologia foi sair no estado de palhaço para sentir os afetos, o que a rua podia me proporcionar. Isso sem um roteiro específico, mas esperando que as pessoas me abordassem e entrassem em contato comigo. Sempre anotava tudo em um diário de bordo para sentir o que aquilo deixava para mim, o Edson, e também para o palhaço, que é o Tio Línio. Surgiu o edital da Fundação Cultural do Pará e decidi escrever o projeto, que se chama Pesquisa e Experimentação sobre o Corpo Alterado do Palhaço de uma Artista Amazônida, pois conta como foi essa minha primeira inquietação”, finalizou o artista.

O edital foi para incentivar a investigação e a experimentação artística de práticas e poéticas contemporâneas existentes nas diferentes regiões do território da Amazônia paraense. O prêmio contemplou 40 propostas inéditas de pesquisas, nos mais variados segmentos artístico-culturais.