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Kadu e a promessa de um futuro brilhante no Remo

Tylon Maués

Dos 18 jogadores contratados para a temporada 2024 pelo Clube do Remo, Vidal e Thalys chegaram para disputar a titularidade da lateral-direita. Em teoria, eles vão brigar pela camisa 2 do time de Ricardo Catalá, mas um jogador corre por fora por essa vaga. Kadu, garoto da base azulina, com apenas 18 anos, foi sacado da delegação que viajou a Diadema (SP) para a Copa São Paulo sob indicação do treinador do elenco principal, que viu nele potencial para já trabalhar no grupo profissional.

Ele se juntou ao grupo que ainda tem o volante Solano e os atacantes Kanu e Felipinho, que foram integrados no elenco profissional diretamente do sub-20. No meio de semana, ele foi citado nominalmente pelo executivo de futebol Sérgio Papellin como um jogador que promete muito. Além da qualidade técnica, o dirigente destacou o porte físico incomum do atleta para essa posição, que tem 1m77, apontada por ele como carente em todo o futebol nacional.

“Tivemos uma surpresa sensacional que foi com o Kadu, nosso lateral-direito, que veio do sub-20. O Catalá estava observando e o trouxe para treinar com a gente aqui. E ele está indo muito bem. Ele tem muito potencial, tem um biotipo diferente do atleta do Pará. Um jogador mais alto, mais forte. Ele está indo muito bem”, disse. “Esse atleta é uma posição difícil no mercado, tanto laterais pela direita quanto pela esquerda. Que diga Fernando Diniz, né? Então, na seleção brasileira mesmo, você não vê um lateral que seja unanimidade. É uma posição muito difícil de você encontrar e graças a Deus a gente descobriu esse atleta”, completou Papellin.

O executivo lembrou de sua primeira passagem pelo Baenão, em 2018, com o clube numa crise financeira que parecia interminável e o Remo se viu obrigado a utilizar garotos da base que não estavam plenamente preparados e, curiosamente, um deles se saiu muito bem. Neuciano Gusmão, o Cicinho, hoje com 34 anos, rodou o Brasil defendendo, entre outros, Santos-SP, Juventude-RJ e Bahia-BA e ficou oito temporadas no Ludogorets, da Bulgária, chegando a se naturalizar pelo país europeu, sendo inclusive convocado para a seleção nacional búlgara.

Além dele, os dois últimos jogadores paraenses que conseguiram certa regularidade na posição foram Ednilson “Meio Quilo”, que ficou de 1997 a 2001 no Remo, e Levy, que vindo da base chegou a defender o Leão Azul em oito oportunidades.

Da escolinha até o profissional azulino

Carlos Eduardo da Silva Santos, o Kadu, estava de malas prontas para seguir com os companheiros do sub-20 para a disputa da Copinha. “Já estava preparado para viajar quando fui chamado para conversar pela comissão e recebi a notícia”, conta o jogador. Natural de Belém, ele fez um caminho tradicional até chegar ao campo, passando pelo society e o futsal. Em entrevista exclusiva ao Bola, o jovem atleta falou sobre esse momento, sua trajetória que se inicia no futebol profissional e a relação com os jogadores mais experientes do elenco azulino.

P – Primeiramente, conte como foi tua trajetória até aqui. Como foi tua chegada ao Baenão, com quantos anos, passaste por algum outro clube?

R – Fazia escolinha de society no Remo quando tive a chance de participar da peneira do clube para jogar futsal. Fiz a peneira do Remo aos 11 anos, quando fui aprovado. Desde então fui dando seguimento no futsal, conquistando títulos estaduais, com o tempo fui me transferindo para o futebol de campo e hoje estou tendo essa oportunidade no profissional.

P – Quem foi ou quem foram as pessoas que mais te apoiaram e te deram suporte nesse sonho de ser jogador de futebol?

R – Com certeza meus pais, que me acompanham desde sempre. Eles foram essenciais para o meu desenvolvimento e sempre me apoiaram, pois sabiam que era meu sonho. Principalmente minha mãe Selma, que sempre fazia questão de me levar aos treinos e assistir meus jogos. Se hoje conquistei essa oportunidade no Remo é fruto do trabalho deles também, que sempre estiveram comigo.

P – Em algum momento, diante de alguma dificuldade, pensaste em largar o futebol? E se isso aconteceu, o que te fez permanecer?

R – Bom, isso nunca passou pela minha cabeça, de desistir de jogar. Sempre treinei e joguei. Claro que tem dificuldades, mas não podemos baixar a cabeça diante das dificuldades. Então sempre dei meu melhor porque sabia que um dia seria recompensado pelo meu trabalho.

P – Você estava se preparando para a Copa SP e foi chamado para o profissional. O quanto essa decisão te surpreendeu?

R – Me surpreendeu muito, de forma positiva, claro. Já estava preparado para viajar quando fui chamado para conversar pela comissão e recebi a notícia. Fiquei muito feliz, pois é o início da caminhada para realizar meu sonho de atuar pelo profissional. Agora é trabalhar ainda mais, seguir focado, aprender com a comissão técnica e os jogadores mais experientes. Agradeço a todos, desde o presidente e comissão técnica pela oportunidade.

P – Como tem sido esses últimos dias na pré-temporada com jogadores bem mais experientes e rodados? Que tipo de conversas ou conselhos eles te dão?

R – Os dias têm sido muito bons para a minha evolução, fui muito bem recebido tanto pelos jogadores quanto pela comissão e staff. Eles me aconselham muito durante as realizações dos trabalhos, com dicas, opiniões.