Aline Rodrigues
Após um hiato de cinco anos, a Gang do Eletro reúne novamente Keila Gentil, DJ Waldo Squash, Will Love e Marcos Maderito. Mas o que seria um reencontro especial para celebrar os 10 anos de lançamento do primeiro CD do grupo, dentro do festival Psica, acabou se tornando o prenúncio de uma nova fase para a banda, puxada pela resposta positiva do público ao vê-los juntos de novo no palco. Com 15 anos de formação, a banda paraense se prepara para lançar um novo trabalho em meio às comemorações e promete muitas novidades para 2024. O caderno Você conversou com os integrantes da Gang, que adiantaram alguns dos seus planos para o novo ano e sobre essa retomada. Confere aí!
A decisão de retornar aos palcos
Keila Gentil “A decisão de retomada foi por conta da comemoração dos dez anos de lançamento do nosso primeiro disco. A Gang já tem alguns anos a mais, não sou a primeira vocalista, tem mais de quinze anos de história. Mas o nosso primeiro disco no mercado foi lançado em 2013, então em 2023 a gente fez dez anos desse lançamento que foi superpremiado, entrou em trilha sonora de várias novelas, a gente circulou bastante pelo Brasil. Ele foi muito celebrado”.
Show no festival Psica marcou a retomada
Keila Gentil “Veio o convite do Psica e a gente juntou o útil ao agradável, de fazer esse show no festival. Durante esse processo de organização desse show, produção, de todo o processo de pensamento artístico, de desenvolvimento, a gente foi também trocando ideias a respeito de música e tudo mais, e aí foi surgindo repertório, propostas de composições. Aí batemos o martelo e a gente vai vir em 2024 com o lançamento de um disco, vem bastante novidade por aí”.
As carreiras solos continuam
Waldo Squash “As carreiras solo continuam, o Maderito tem agora a carreira dele de DJ, está discotecando, e vai continuar tocando. O William produzindo as coisas dele, a Keila também tem uma agenda a cumprir, eu tenho meus trabalhos aqui, só que a gente está unificando agenda para que quando surjam os trabalhos da Gang, os trabalhos em grupo, a agenda pessoal não atrapalhe”.
Novos shows serão mais completos
Waldo Squash “Muita coisa já foi organizada, na verdade, inclusive todo o custo para fazer uma apresentação, que mesmo que mínima, não é tão pequena assim. Agora a gente já vai andar com uma equipe maior, com dançarinos, a projeção. Então, como esse show não é tão barato, não vamos fazer vários shows como a gente fazia antes, que a gente cobrava um cachê muito baratinho, só íamos nós quatro. Queremos fazer uma entrega melhor, a gente tem conteúdo visual para colocar no telão, cada música tem clipe, o que não tem, a gente tem algumas coisas que já foram construídas, e a gente quer fazer essa entrega bem completa mesmo no palco. E aí vai sobrar bastante espaço para que cada integrante individualmente possa fazer essas participações em shows por aí e continuando também o seu trabalho solo, que também é muito importante. E isso, apesar desses cinco anos parados, vem contribuir agora com todo esse planejamento que a gente está fazendo para o grupo”.
O tempo parado acrescenta muito nessa retomada
Will Love “Esses cinco anos deram para experimentar muitas coisas legais, fazer projetos incríveis com várias pessoas. Eu, o Waldo e a Keila, a gente entrou na faculdade. O Waldo acabou se formando, eu e ela acabamos trancando, mas foi um processo também muito incrível, conhecemos uma professora chamada Viviane Mena em um projeto incrível, troca de saberes, onde ela nos deu outra visão de conhecimento e a gente embarcou nisso, acabamos fazendo muitos projetos, conhecemos pessoas incríveis, que hoje estão dispostas a caminhar com a gente. Então, foram cinco anos de muito aprendizado, deu para ter mais uma visão do mercado, da evolução de tudo. Não foram cinco anos perdidos e sim de muito conhecimento, progredimos demais e o público pode esperar o novo disco, onde a gente está trazendo muita coisa que aprendeu para dentro deste disco. Estamos enriquecendo mais esse material que a gente vai trazer agora em 2024”.
O novo disco vem por aí
Waldo Squash “Esse disco a gente está querendo fazer de tecnobrega, com algumas músicas inéditas, e trazer algumas outras músicas, se possível do início do tecnobrega, ali dos anos 2000, com aquela batida um pouquinho mais acelerada, que a galera dançava e fazia, como dizem na gíria popular, os “caquiados”. A gente está querendo voltar com isso, é a intenção da próxima proposta do disco. Só que, claro, queremos dar uma pegada mais moderna, com uma qualidade melhor. Hoje em dia a gente tem ferramenta para isso e está estudando essas possibilidades para lançar o quanto antes, de preferência até antes do Carnaval”.
A parada do grupo
Waldo Squash “A gente trabalhou bastante, então tinha pouco tempo e chegou um momento que a gente quase não parava em casa, todo mundo tinha suas necessidades, e a gente precisou realmente dar uma pausa para que cada um pudesse focar melhor na saúde, na família, carreiras solos. Só que assim, a gente não esperava que fosse ser um tempo tão prolongado, cinco anos é bastante tempo. E a gente sentiu essa necessidade e está todo mundo bem em cada projeto que resolveu apostar. Realmente essa lembrança de dez anos do disco fez a gente conversar, e acabou fazendo com que a gente se reunisse de novo e voltasse bem empolgado para fazer um trabalho melhor ainda do que aquele que a gente fez antes dessa pausa”.
Agenda para 2024
Waldo Squash “Temos muitos convites para o Carnaval, que ainda estão em negociação. Nós acabamos de fechar uma planilha de custos para que pudéssemos passar os orçamentos para cada tipo de evento. Mas, vamos divulgar no Instagram essa agenda logo que estiver fechada”.
Show e parcerias
Waldo Squash “A gente já preparou uma primeira parte do show, que foi aquilo que a gente apresentou lá no Psica, que aparentemente teve uma boa aceitação. É o modelo de show que a gente vai adotar a partir de agora. Estamos abrindo uma parceria com o [empresário e produtor cultural] Na Figueredo para que possamos fazer também alguns produtos, camisas para os fãs que querem a camisa da Gang, e alguns outros produtos com a marca do Na. Ele tem o mesmo alinhamento que nós, nessa questão de conscientização na produção e tudo mais, sempre ajudou outros artistas, e de pessoas como ele a gente quer estar perto, com o pensamento que a gente tem, colaborativo”.
Todas as novidades nas redes
Waldo Squash “A gente vai reativar o site da Gang, vai tentar recuperar a página do Facebook, que foi roubada, e por enquanto, toda a divulgação a gente está fazendo via Instagram. Já criamos também um TikTok e vai começar a movimentar, colocar tudo que a gente for produzindo daqui para frente. Vamos procurar ficar o máximo presentes na internet com todo mundo, interagindo com todo mundo e vamos que vamos! Expectativa é total, espero que esse novo trabalho, o público curta mais do que o primeiro e possa continuar com a gente”.
Novidades tecnológicas
Will Love “O público e os seguidores da Gang, a galera que curte mesmo o nosso som, o nosso trabalho, pode esperar um novo material, com muitas novidades. A gente está acompanhando a tecnologia também, a Gang é tecnológica, a gente procura cada vez mais buscar recursos tecnológicos não só na parte musical, mas também na parte de figurinos. É que nem as aparelhagens, sempre buscando recursos para que a gente possa mostrar algo diferente dentro da Amazônia, que não é fácil, dentro do Norte. Mas estamos sempre buscando melhorias e recursos para que a gente possa surpreender. A gente gosta de surpreender. Então, a galera pode esperar um disco com muitas novidades, parcerias, regravações, as redes sociais atualizadas e a gente está aí com sangue no olho como o paraense. A gente está estudando e fazendo o possível para que possamos, neste 2024, surpreender, ganhar prêmios, músicas em novelas, como a Gang sempre foi”.
Volta em novo momento para o tecnobrega
Keila Gentil “A gente está muito feliz. Esse nosso processo de retorno, a gente vem trabalhando desde o início do ano de 2023, e no decorrer do ano foram acontecendo muitas coisas, como a música da Manu [Bahtidão] estourar no Brasil, a música da Joelma viralizando, a Gaby Amarantos ganhando o Grammy, e a gente está muito feliz com esse novo momento do tecnobrega, o momento que a gente sente que está retomando um lugar no cenário. E a gente só quer chegar para acrescentar mais ainda, para fortalecer mais ainda, para além do que a gente já vinha programando. A gente está muito feliz com esse momento das mulheres do nosso Estado em ascensão”.