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Sul do Pará integra maior projeto de restauração florestal do país

O projeto de restauração abrange a recuperação de cerca de 15 mil hectares de áreas degradadas na Amazônia e Mata Atlântica

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A operação integra a nova estratégia do BNDES para o Fundo Clima. Foto: Bruno Cecim / Agência Pará
A operação integra a nova estratégia do BNDES para o Fundo Clima. Foto: Bruno Cecim / Agência Pará

A região sul do Pará foi incluída em um dos maiores projetos de restauração florestal já realizados no país. A empresa brasileira re.green, especializada na reconstrução de áreas degradadas, recebeu R$ 80 milhões do Fundo Clima, fonte de recursos do Ministério do Meio Ambiente para projetos dedicados à mitigação da mudança climática e seus efeitos. O repasse foi realizado via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O projeto abrange a recuperação de cerca de 15 mil hectares de áreas degradadas na Amazônia e Mata Atlântica. A re.green, que atua em regiões de larga escala de degradação ambiental, vai recuperar áreas prioritárias para mitigação climática, biodiversidade e desenvolvimento socioeconômico.

A operação integra a nova estratégia do BNDES para o Fundo Clima, que busca ampliar seu alcance com projetos que aliam benefícios ambientais mensuráveis, viabilidade econômica e alto impacto territorial.

A re.green vai atuar com o apoio da Microsoft para detectar todas as regiões mais degradadas dos dois maiores biomas nacionais. O projeto com a Microsoft se dedica à geração de créditos de carbono de alta integridade, obtidos através da restauração florestal.

As ações previstas pela re.green incluem preparo do solo, plantio e manutenção de espécies nativas, incluindo as ameaçadas de extinção, além de monitoramento com drones e envolvimento direto de comunidades locais.

De acordo com o BNDES, essa é a primeira empresa a acessar esse mecanismo com foco específico em biodiversidade, respaldada por parecer técnico internacional.

A estrutura da operação representa uma inovação no financiamento climático brasileiro ao combinar recursos públicos, incentivados pelo Fundo Clima, gerido pelo BNDES, com instrumentos privados de mitigação de risco do crédito. O modelo poderá servir de referência para futuras transações em bioeconomia e soluções baseadas na natureza.

“O marco de financiamento da empresa está alinhado aos principais princípios globais de finanças sustentáveis (ICMA, LMA, SBG) e incorpora o Guia de Finanças para a Biodiversidade da IFC, reforçando o caráter pioneiro da operação no país”, destacou o BNDES.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, avalia que “a liberação de recursos do Fundo Clima para a restauração ecológica da Mata Atlântica e do Arco da Restauração mostra que temos uma potente ferramenta para viabilizar investimentos na recuperação de áreas degradadas no país”.

Empregos Diretos

Atualmente, a re.green conduz a restauração e conservação de mais de 26 mil hectares da Amazônia e da Mata Atlântica. A empresa afirma já ter plantadas mais de 4,5 milhões de mudas de mais de 80 espécies nativas, em parceria com 29 viveiros locais.

A operação no campo gerou mais de 200 empregos diretos e promoveu a capacitação de cerca de 300 pessoas em atividades como coleta de sementes, prevenção de incêndios e meliponicultura.

O projeto Arco da Restauração, do BNDES, já investiu mais de R$ 1 bilhão em reflorestamento desde 2023, considerando R$ 231 milhões pelo programa Floresta Viva; R$ 400 milhões pelo Restaura Amazônia, via Fundo Amazônia, e cerca de R$ 395 milhões por crédito do Fundo Clima.