Grande Belém

Entroncamento tem comércio aquecido

 O sustento de muitas famílias provém do trabalho realizado no Entroncamento
Foto: Celso Rodrigues
O sustento de muitas famílias provém do trabalho realizado no Entroncamento Foto: Celso Rodrigues

Pryscila Soares

Feiras, pequenos comércios, mercados e vendedores ambulantes. Com esta composição, o comércio formado no entorno do Complexo Viário do Entroncamento movimenta economicamente diversos bairros que existem na área como o Castanheira, Atalaia e Marambaia.

Dezenas de pessoas passam pelo centro comercial ao longo do dia, o que chama a atenção sobretudo por ser uma região que abriga a principal rota de entrada e saída de Belém, além de garantir acesso à avenida Augusto Montenegro.

O sustento de muitas famílias provém do trabalho realizado de sol a sol naquele centro comercial na entrada da cidade juntamente com o viaduto e o túnel do Entroncamento, assim como o emblemático e histórico Memorial da Cabanagem.

O trabalho que o autônomo Reginaldo Araújo, 41, desenvolve na área foi literalmente o ponto de virada e de transformação na vida do trabalhador. Ele conta que já atua como vendedor autônomo por sete anos, mas dificuldades financeiras e o vício o levaram a perder tudo. Contudo, Reginaldo conseguiu se reerguer.

Hoje ele atua na calçada de um mercado da área, onde montou o ponto de venda de acessórios como fones de ouvido e capas para smartphone. É com essa renda que ele garante o sustento da família. Casado, o autônomo que reside ali próximo, no bairro da Marambaia, planeja alçar um novo voo.

“Trabalho de segunda a sábado. Chego por volta de 6h30 e só vou embora às 6 horas da tarde. Só descanso no domingo. Levo a família para um lazer, um balneário, uma praia. Trabalho aqui há sete anos e é uma área muito boa por sinal. Fiquei desempregado na época do lockdown com a minha esposa. A gente passou um momento muito difícil. Mas nos instalamos aqui e deu certo. Essa atividade tem sustentado a minha família. Pago aluguel, pensão alimentícia e plano de saúde da minha esposa”, disse.

“Deus me deu um ponto fixo, aluguei um na Marambaia. Estou esperando sair meu MEI para abrir as portas. Vou poder tirar empréstimo em banco, comprar uma casa própria e um carro, que é o sonho de todo brasileiro”, declara Reginaldo.

TEMPEROS

Dentre os vários pequenos comércios que existem na área está a Casa dos Temperos, um local bastante conhecido na área que, além dos temperos tradicionais para o preparo de comidas, comercializa também ervas, especiarias, castanhas e materiais para quem trabalha com o famoso guaraná da Amazônia. O mercadinho já existe há 20 anos e foi uma iniciativa do pai da comerciante Iaponira Silva, 48, que atua no local há 14 anos.

Ela lembra que o pai começou vendendo alho no mercadinho, que era conhecido como “Casa do Alho”. Depois o comerciante foi diversificando e um amigo deu a ideia de trocar o nome para “Casa dos Temperos”. Quando Iaponira começou a trabalhar no local convenceu o pai a trabalhar com outros produtos. Já os itens de guaraná foram colocados devido à procura dos próprios clientes.

“Quando vim para cá, disse para ele ‘bora mudar’. Só que um senhorzinho de 90 anos para mudar é difícil, né? Fui colocando esses temperos mais diferenciados. O pessoal perguntava muito de guaraná, então colocamos também, há um ano e meio”, conta.

“Tem meses que é mais fraco, tipo janeiro e agosto. E, como eu trabalho com produtos de guaraná, quando está chovendo muito a demanda despenca. Mas os temperos o tempo todo estão em alta. Meu pai é comerciante há mais de 60 anos. Já trabalhou em mercado, foi para a Ceasa e depois veio para cá. Ele já quebrou umas três ou quatro vezes e se reergueu. Mas hoje a gente vive bem, graças a Deus”, pontua.

No que depender da dona de casa Maria Queiroz, 66, o comércio da área será sempre movimentado. “Moro na Marambaia há mais de 30 anos e sempre venho aqui comprar alimentos, fazer pagamentos em bancos. Na Marambaia tem poucos comércios. Venho andando e já faço até uma atividade. É muito movimentado”, afirma.