
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que a vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan encontra-se na análise final da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e deve ser aprovada até dezembro de 2025.
O imunizante, destinado a pessoas de 2 a 59 anos, tem previsão de começar a ser aplicado em larga escala em 2026, com produção inicial estimada em 40 milhões de doses em parceria com a farmacêutica chinesa WuXi Biologics.
A parceria com a empresa chinesa WuXi Biologics permitirá ao Butantan produzir em larga escala a vacina desenvolvida no Brasil. A Anvisa já certificou as instalações da fábrica na China e o governo espera consolidar o registro ainda neste ano.
Vacina é estratégia central de combate
Embora ainda não esteja oficialmente no calendário do sistema público de saúde, a vacina é vista como uma peça central na estratégia de controle da dengue, considerando que o país segue em situação de atenção.
O Brasil registra hoje 1,6 milhão de casos prováveis de dengue e 1,6 mil mortes. São Paulo concentra mais da metade das notificações e 64% dos óbitos. Padilha destacou que o país não pode tratar a morte de mais de mil pessoas por ano como um cenário aceitável e que a vacina será peça central na estratégia de controle da dengue.
O ministério também anunciou investimento de R$ 183,5 milhões para ampliar o uso de tecnologias voltadas ao controle do mosquito Aedes aegypti. Uma das principais apostas é o método Wolbachia, que utiliza mosquitos infectados por uma bactéria que impede a transmissão do vírus.
O que é a Dengue?
• A dengue faz parte do grupo das arboviroses, doenças causadas por vírus transmitidos por insetos vetores, como o mosquito Aedes aegypti.
• No Brasil, o principal transmissor é a fêmea do A. aegypti. Os vírus da dengue (DENV) pertencem à família Flaviviridae e ao gênero Orthoflavivirus.
• Atualmente, são conhecidos quatro sorotipos do vírus – DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4 – que apresentam diferenças genéticas e linhagens próprias.
• A dengue é uma doença febril aguda, de evolução rápida e potencialmente grave. Embora a maioria das pessoas se recupere, alguns casos podem evoluir para formas severas da infecção e levar ao óbito.
Editado por Débora Costa