SILÊNCIO ENSURDECEDOR

Remo e Paysandu se calam após apoio irrestrito a dirigente afastado

Após declararem apoio irrestrito à reeleição de Ednaldo Rodrigues na CBF, as diretorias de Remo e Paysandu silenciaram.

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Silêncio Conivente: Remo e Paysandu somem após queda de Ednaldo da CBF
Silêncio Conivente: Remo e Paysandu somem após queda de Ednaldo da CBF

Belém e Pará - Após declararem apoio irrestrito à reeleição de Ednaldo Rodrigues na CBF — classificando sua gestão como eficiente a ponto de “colocar o futebol brasileiro no topo” — as diretorias de Remo e Paysandu, até agora, exatamente às 13h10 de sexta-feira, 16, quando a postagem está no ar, “comemoram mosca” e mantêm silêncio após a Justiça do Rio determinar o afastamento do dirigente do comando da entidade. Até mesmo o presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), Ricardo Gluck Paul, já assinou um manifesto, ao lado de outras 18 federações, retirando o apoio a Ednaldo, que até então era aliado de todos os dirigentes dessas entidades.

Dias antes da eleição, os clubes paraenses divulgaram notas em suas redes sociais e sites, declarando como certa a indicação de um novo mandato a Ednaldo, inclusive fazendo elogios à sua gestão.

Na ocasião, o presidente do Paysandu, Roger Aguilera, assinou o seguinte documento:

“O Paysandu Sport Club declara apoio à candidatura de Ednaldo Rodrigues, que busca a reeleição no comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A direção bicolor entende que Ednaldo Rodrigues tem demonstrado capacidade e habilidade para liderar a entidade máxima do futebol nacional e, portanto, se posiciona favorável à continuidade da sua gestão.
O Clube ressalta que, durante o mandato de Ednaldo Rodrigues, Belém voltou a receber grandes eventos futebolísticos, a exemplo da partida oficial da seleção brasileira masculina pelas Eliminatórias e da final da Supercopa do Brasil.
Nesse sentido, para que novos avanços continuem a ocorrer para o futebol da Região Amazônica, apoiamos a reeleição do presidente Ednaldo Rodrigues.”

O Remo, por meio do presidente Antônio Carlos Teixeira, também expressou apoio em tom semelhante:

“Com a aproximação do processo eleitoral que vai definir a presidência da CBF pelos próximos anos, o Remo manifesta seu apoio à candidatura de Ednaldo Rodrigues. Ednaldo Rodrigues, ao lado da Federação Paraense de Futebol, tem demonstrado compromisso com o futebol brasileiro, a fim de colocá-lo no topo, justificando a hegemonia de ser o único pentacampeão mundial. O Clube do Remo acredita que o primeiro mandato apresentou contribuição para isso, e assim deve prosseguir em busca dos melhores resultados dentro e fora de campo.”

A Subserviência e o Futuro da CBF

É até compreensível, mas não aceitável, tanta subserviência ao então mandatário — talvez por medo de sofrer retaliações ou de não ter demandas atendidas. Mas multipliquem esse comportamento por outros clubes e federações, e teremos uma entidade que continuará sendo o que sempre foi: interessada apenas em faturar, sem permitir aos clubes, por exemplo, organizar suas próprias competições ou estabelecer calendários mais enxutos, que qualifiquem o futebol nacional.

O problema é se rebaixar tanto a ponto de permitir que tudo continue do mesmo jeito. Agora, terão uma nova chance de escolher alguém qualificado para o cargo. Mas duvido que façam a melhor escolha. No fim das contas, será mais um dirigente qualquer de alguma dessas federações, com os mesmos vícios e a mesma mentalidade pequena e rasa de Ednaldo, Del Nero, Marin e outros que passaram pela CBF sem deixar um legado digno. Pelo contrário: todos saíram pela porta dos fundos, enfrentando problemas com a Justiça.

Pobre futebol brasileiro!

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.