ANÁLISE

Leão cresce na força do coletivo

Com a objetividade que marca o sistema empregado pelo técnico Daniel Paulista nesta Série B, o Remo superou mais um adversário de respeito no Mangueirão

Leão cresce na força do coletivo Leão cresce na força do coletivo Leão cresce na força do coletivo Leão cresce na força do coletivo
Com a objetividade que marca o sistema empregado pelo técnico Daniel Paulista nesta Série B, o Remo superou mais um adversário de respeito no Mangueirão
Com a objetividade que marca o sistema empregado pelo técnico Daniel Paulista nesta Série B, o Remo superou mais um adversário de respeito no Mangueirão. Foto: Samara Miranda/Remo

Com a objetividade que marca o sistema empregado pelo técnico Daniel Paulista nesta Série B, o Remo superou mais um adversário de respeito no Mangueirão, mantendo 100% de aproveitamento dentro de casa (venceu quatro jogos, sem sofrer gols). A vitória põe o time na vice-liderança, na condição de único invicto da competição.

Contra o Vila Nova, ontem à noite, o Remo mostrou capacidade de resistir às dificuldades, superando as limitações impostas pela ausência de vários titulares (Jaderson, Klaus, Sávio, Janderson e Pavani) com a consistência de um entrosamento que resiste até a mudanças de sistema.  

Forçado a mexer na equipe, Daniel conseguiu transformar limão em limonada. Armou o time com três zagueiros – Camutanga, Reynaldo e Alvariño –, adicionando o reforço dos laterais Marcelinho e Alan Rodríguez quando o time era atacado.

À frente dos zagueiros, um trio de meia-cancha que ainda não havia entrado em jogos da Série B: Caio Vinícius, Pedro Castro e Luan Martins. Surpreendentemente, deu certo. Luan e Castro saíam com facilidade, executando uma transição objetiva e que beneficiou bastante a dupla de ataque, formada por Pedro Rocha e Adailton.  

Diante de 20 mil espectadores (17 mil pagantes), o Remo mostrou um novo modelo de jogo, mas repetiu virtudes que se transformaram em marcas registradas de sua campanha: bloqueio forte, objetividade e eficácia.

Os primeiros movimentos foram de ligeiro domínio azulino, mas o Vila trocava passes e ameaçava com jogadas em torno da área. Aos 25 minutos, o centroavante Gabriel Poveda criou o primeiro lance de perigo, acertando um belo chute que Marcelo Rangel conseguiu espalmar.

A resposta azulina veio em grande estilo: aos 32’, Marcelinho escorou cruzamento de Pedro Castro e estufou as redes goianas, abrindo o placar. Aos 39’, Adailton também sacudiu a roseira, após assistência de Alan Rodríguez, mas o VAR invalidou o gol, por impedimento.

Logo no primeiro minuto do 2º tempo, Pedro Rocha surgiu entre os zagueiros e disparou em direção ao gol. Halls mandou a escanteio. O Vila reagiu e João Vieira botou bola na área para um cabeceio que Marcelo Rangel defendeu bem.

Pedro Rocha voltou a aparecer em situação clara de gol. Entrou na área, bateu na saída do goleiro e só não fez o gol porque Formiga cortou para escanteio. Aí começaram as mudanças. Daniel Cabral e Kadu substituíram Pedro Castro e Adailton, e o time manteve a pegada inicial.

Aos 34’, o gol tranquilizador: Rocha cruzou da esquerda, Kadu pegou de primeira dentro da área e Régis (que substituiu Alan Rodríguez) desviou para as redes. Ao lado de Caio e Luan, Daniel Cabral se juntou ao esforço de marcação e o Vila não conseguiu mais criar situações perigosas.

Resultado expressivo com bom desempenho, premiando a capacidade coletiva do time de Daniel Paulista.

Papão abre 2 a 0, mas concede empate no final

Tudo parecia se encaminhar para a primeira vitória do PSC na Série B. Depois de superar o rival na segunda partida da final do Parazão, o time conseguiu estabelecer o placar de 2 a 0 no 2º tempo da partida com o América-MG, ontem, em Belo Horizonte. Na reta final, porém, a casa caiu. Os donos da casa foram buscar o empate em apenas três minutos. Foi a sétima partida sem vitória na competição.

A primeira etapa foi amplamente controlada pelo América, que atacava muito pelos lados e cercava a área, mas tinha dificuldades para acertar o gol. No início do 2º tempo, o domínio prosseguiu, com alguns lances de perigo em cima do setor defensivo do PSC. Willian Bigode quase abriu o placar, mas Matheus Nogueira espalmou para escanteio.

De repente, tudo mudou em favor do Papão. Rossi cobrou falta, a bola resvalou no lateral Marlon e caiu rente ao travessão, enganando o goleiro do América. O gol, muito festejado pelos bicolores, fez a equipe ganhar ânimo novamente, apesar da saída de Rossi para a entrada de Giovanni.

O América redobrou a pressão em busca do gol, mas foi o Papão que ampliou a contagem. Aos 24’, em contra-ataque iniciado por Nicolas, Benitez chutou duas vezes para fazer 2 a 0. O jogo parecia decidido.

Mas, aos 40’, em falta junto à área, Bigode bateu com perfeição junto ao poste esquerdo, sem chances para Matheus Nogueira. O gol empolgou os americanos, que apenas três minutos depois conseguiram o empate. Após o escanteio, Júlio César subiu entre quatro bicolores e testou para o gol.

Grosseria virou marca de técnicos portugueses no Brasil

O palmeirense Abel Ferreira, useiro e vezeiro em esculachar sua própria torcida, costuma xingar árbitros e repórteres, quase sempre impunemente, graças à força política do Palmeiras. Não está mais sozinho. Ontem, ao comemorar a vitória do Botafogo sobre o Estudiantes, pela Libertadores, o técnico Renato Paiva fez um gesto desrespeitoso em direção aos torcedores botafoguenses que estavam próximos ao banco de reservas.

Há uma lei antiga e imutável no futebol que prega respeito máximo às torcidas. Técnicos, principalmente os que estão em início de trabalho, devem tomar especial cuidado quanto a isso. Paiva, certamente arrependido pela grosseria, inventou uma desculpa para explicar o gesto ignóbil. Não colou. Terá que aprender a respeitar o torcedor, caso queira seguir como comandante do campeão da América.