
O gol contra no final da partida, no Baenão, foi um duro golpe nos planos azulinos. A vitória sobre a Chapecoense, desenhada até os 46 minutos do 2º tempo, deixaria o time a apenas três pontos do acesso. Apesar da frustração, o Remo mantém excelentes chances de acesso, pois precisa de cinco pontos em três jogos.
A partida transcorreu em ritmo de decisão, alta intensidade e bola disputada palmo a palmo. Com o estádio superlotado, a torcida empurrava o Leão ao ataque, mas tomou um susto logo no começo, quando Everton cabeceou rente ao poste direito de Marcelo Rangel.
Aos 7 minutos, foi a vez do Remo quase chegar ao gol. Em bola cruzada por Diego Hernández dentro da pequena área, Nico Ferreira tocou na bola e o goleiro Rafael desviou com os pés, quase em cima da linha.
Depois disso, o domínio das ações ficou com os azulinos, com avanços pelos lados, principalmente pela direita, com Marcelinho e Diego Hernández, levando constante perigo ao setor defensivo da Chape.
O time catarinense só chegava à área azulina em lances de bola parada para tentativas de cabeceio de Neto Pessoa, Carvalheira e Everton. Quando o Remo conseguiu encaixar a troca de passes pelo meio, o gol saiu.
Aos 29 minutos, Nathan Pescador recebeu passe de Hernández na entrada da área e arriscou um chute que acabou virando passe. A bola foi nos pés de Caio Vinícius, que girou em cima da marcação e chutou na saída do goleiro. Remo 1 a 0, para delírio da massa azulina nas arquibancadas.
Depois do intervalo, o Remo baixou as linhas e passou a ser pressionado. Aos 14 minutos, a Chape quase conseguiu empatar. Neto Pessoa foi à linha de fundo, a bola veio em direção à pequena área e Jorge disputou a bola com Carvalheira. O árbitro foi chamado ao VAR para avaliar possível pênalti, mas o lance foi anulado por impedimento.
Marcelo Rangel, cuja escalação foi considerada um verdadeiro milagre, justificou o esforço para estar no jogo ao evitar dois gols em lances agudos da Chape, aproveitando furos na defensiva azulina.
Apesar das investidas da Chape, o Remo controlava a partida. Aos 32’, Pedro Rocha teve grande oportunidade. Bateu forte, o goleiro espalmou e Jaderson – que substituiu Nathan Pescador – finalizou à esquerda da trave.
Nos instantes finais, o Remo buscava administrar o jogo. Teve um escanteio em seu favor aos 50’, mas não soube reter a bola e a Chape foi ao ataque. Doma recebeu na intermediária e desferiu um chute forte, que desviou em Reynaldo e enganou o goleiro Marcelo Rangel, que ainda escorregou no lance. Final: 1 a 1.
Empate Amargo e Perspectivas para o Acesso
Um placar que abateu a torcida, mas não tira o Remo do páreo em relação ao acesso. A caminhada ficou mais difícil, mas o time de Guto Ferreira tem crédito pela excelente campanha que faz.
Momentos de intranquilidade permitiram o gol
A expectativa era por uma vitória azulina diante do Fenômeno Azul, mas o futebol é capaz de aprontar falsetas. O Remo havia sido pressionado ao longo do 2º tempo, mas nos 10 minutos finais retomou as rédeas do jogo e passou a trocar passes, fazendo o tempo passar.
Poderia ter ampliado o placar, em chutes de Hernández e Pedro Rocha, mas se dedicou a valorizar a posse de bola e garantir a vitória. O escanteio conquistado aos 50 minutos podia ter decretado o triunfo, mas os jogadores se atrapalharam na cobrança e devolveram a bola à Chape.
No avanço desesperado ao ataque, o time catarinense permitiu por três vezes que o Remo recuperasse a bola, mas erros seguidos no combate acabaram permitindo que o zagueiro Doma tivesse a chance do último tiro, que se transformou em golpe fatal, com o desvio em direção ao gol.
É preciso, porém, compreender o grau de dificuldades do jogo, um verdadeiro clássico desta Série B. O Remo enfrentou o vice-líder, um time bem treinado, forte fisicamente e que tem excelente desempenho fora de casa. Não foi, portanto, um resultado desastroso. A frustração deve-se ao momento do gol, quando a vitória parecia sacramentada.
Marcelo Rangel, o grande vitorioso da noite
Com três arrojadas defesas, que evitaram gols da Chape, o goleiro Marcelo Rangel confirmou a condição de paredão azulino, como a torcida costuma se referir a ele. O mais impressionante é que o guardião se recuperou de uma lesão (seguida de cirurgia) em tempo surpreendente: a previsão inicial era de que só voltasse a jogar em 2026.
Para assombro de torcedores e dos próprios médicos do clube, Rangel teve uma recuperação espantosa. Voltou aos treinos na terça-feira e na sexta já se cogitava sua inclusão na lista de jogadores relacionados para a partida.
Ora, se o melhor goleiro da Série B mostrou-se apto a jogar, era natural que o técnico Guto Ferreira o escalasse. Foi o que aconteceu. Rangel foi muito aplaudido ao entrar em campo, ontem à noite, e ao longo dos dois tempos exibiu a segurança costumeira. Não há dúvida: está inteiramente curado.
Em entrevista, o médico Jean Klay observou que a lesão normalmente exige de quatro a seis semanas de recuperação. Atleta fora do comum, Marcelo Rangel conseguiu encurtar esse tempo com o suporte da equipe multidisciplinar do Nasp, que adotou um modelo especial e mais agressivo de tratamento, iniciado ainda no mesmo dia da cirurgia.