Uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (23) foi marcada por um momento de tensão entre o ministro Alexandre de Moraes e o ex-ministro Aldo Rebelo, testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha, almirante Garnier Santos — réu na ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Durante o depoimento, Moraes chegou a ameaçar Rebelo com prisão por desacato, após discordâncias sobre a interpretação de uma fala atribuída ao almirante.
A origem do confronto
O embate começou quando Rebelo comentou uma possível declaração de Garnier, que teria colocado tropas da Marinha “à disposição” do então presidente Jair Bolsonaro. O ex-ministro, que ocupou pastas nos governos Lula e Dilma, afirmou que a fala não deveria ser interpretada literalmente, pois poderia se tratar de uma força de expressão da língua portuguesa:
“Quando alguém diz ‘estou à disposição’, a expressão não deve ser lida literalmente”, afirmou.
Moraes interrompeu o depoimento e rebateu com dureza:
“O senhor estava na reunião quando o almirante Garnier falou essa expressão? Então o senhor não tem condições de avaliar a língua portuguesa naquele momento. Atenha-se aos fatos.”
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Troca de farpas e ameaça de prisão
Rebelo insistiu em sua leitura e respondeu:
“A minha apreciação da língua portuguesa é minha e eu não admito censura na minha apreciação.”
A fala provocou uma reação ainda mais firme do ministro:
“Se o senhor não se comportar, o senhor vai ser preso por desacato.”
O ex-ministro respondeu de forma contida: “Estou me comportando”. A audiência seguiu após o momento de tensão.
As informações são do site do jornal O Globo
