
A busca pelas fotos da “Japinha do CV morta” durante a megaoperação no Rio de Janeiro, dispararam nesta quarta-feira, 29. Vestindo roupa tática no momento do confronto, ela foi alvejada com um tiro de fuzil, que deixou o rosto da faccionada desfigurado. Mas afinal, por que o público gosta desse tipo de conteúdo?
Em entrevista ao site Tribuna do Leste, o psicólogo e professor de psicopatologia João Paulo de Paiva detalha um leque de possibilidades para explicar este fenômeno.
“Para essa questão não existe uma resposta única, existem diversas possibilidades que perpassam o comportamento individual e coletivo que servem para responder por que as pessoas se interessam por acidentes, assassinatos e de verem pessoas mortas”, afirma o especialista.
O primeiro motivo seria a curiosidade. “O ser humano é curioso por natureza. Vemos uma multidão na rua e logo vem o desejo de saber o que ocorreu. É uma função mental de querer saber o que aconteceu, como aconteceu, quem foi o culpado”, diz o psicólogo.
A proteção é outro fator que influencia em tamanha curiosidade, segundo avaliação de João. A divulgação de informações relacionadas a perigo, como crimes e acidentes, cumpre a função social de tentar evitar que aquilo se repita com outras pessoas.

Influência das redes sociais
Há, também, um sentimento de alívio. João aponta que o ser humano tende a achar bom que a tragédia tenha acontecido com um desconhecido. Por fim, ele reforça a influência das redes sociais.
“A facilidade com que se divulga uma informação e o acesso rápido a equipamentos eletrônicos que estão sempre à mão e sempre conectados impulsiona o comportamento de certos divulgadores de notícias”, afirma o psicólogo.
O especialista frisa que, nesse caso, não só acidentes são alvos dos celulares e das redes sociais, “mas também obras de caridade, cultos religiosos e festas. Noticiar pode ser uma forma de empatia com o sofrimento ou alegria alheia”.

De acordo com informações da polícia, Penélope, a “Japinha do CV” , foi morta com um tiro de fuzil na cabeça após resistir à abordagem e trocar tiros com os agentes nos complexos do Alemão e da Penha.
No momento da morte, ela vestia uniforme camuflado e colete tático com compartimentos para carregadores, reforçando seu papel ativo na defesa de pontos estratégicos de venda de drogas e na proteção de rotas de fuga da facção.
Com informações de Pure People
Editado por Débora Costa