Licks e Maltz estão prontos, mas Gessinger evita reencontro dos Engenheiros

Após realizarem uma série de shows tocando clássicos dos Engenheiros do Hawaii, os músicos Augusto Licks (guitarrista) e Carlos Maltz (baterista) voltaram a animar os fãs do lendário power trio gaúcho. Junto a Humberto Gessinger, baixista e vocalista da formação mais popular da banda, eles marcaram época no rock nacional dos anos 80 e início dos 90 com sucessos que seguem vivos até hoje no imaginário do público.

Apesar da movimentação nostálgica e das portas abertas por parte de Licks e Maltz para uma eventual reunião, Gessinger tem deixado claro que não pretende revisitar o passado. Em nova entrevista à GZH, o cantor reafirmou que não se vê tocando novamente com os ex-colegas de banda.

“Do ponto de vista humano, gosto dos dois, não tenho nada contra. Mas não me vejo [tocando com eles]”, disse. “O passado é legal, mas pode ser uma gaiola também. Aceitar tocar com os ex-colegas seria voltar aos anos 1980. E não quero alimentar essa loucura das pessoas de voltar aos anos 1980.”

Gessinger também rejeitou a ideia de que o fim da formação clássica tenha ocorrido por desavenças pessoais. Para ele, o rompimento foi motivado por esgotamento natural. “A pergunta mais certa não é ‘Por que acabou?’, mas ‘Como durou tanto tempo com pessoas tão diferentes?’”, afirmou. “Essa diferença aumentou ainda mais com o tempo, cada um foi para um lado.”

Turnê e Inovação Musical

Atualmente, Humberto está em turnê revisitando os álbuns Acústico MTV (2004) e Novos Horizontes (2007), gravados após as saídas de Licks e Maltz. As performances incluem músicas compostas durante o auge da banda, o que reacendeu o desejo dos fãs por uma reunião da formação clássica. No entanto, o cantor reforça que sua busca é por inovação, e não pela repetição.

“Como compositor, estou sempre buscando novos caminhos. E o músico tem uma fixação por pequenos detalhes, tipo: ‘ah, aquele solo’. Essa mentalidade não me agrada. Vejo tudo de um ponto de vista diferente”, explicou.

Gessinger ainda critica a ideia de apresentações baseadas apenas em sucessos antigos. “Gastei muita energia para fugir dessa armadilha. Não ia ser agora que ia voltar para isso. Não vou cortar o cabelo igual ao que era. Não sou mais o mesmo. E não posso me dar o luxo de não viver o hoje.”

O Futuro dos Engenheiros do Hawaii

Enquanto isso, Licks e Maltz seguem tocando os sucessos dos Engenheiros em shows pelo país. Apesar da boa recepção, a aguardada reunião da formação original continua sendo apenas um desejo — ao menos para dois dos três integrantes.

Com informações da Rolling Stones Brasil