A curiosidade e a busca de conhecimento em torno da saúde intestinal faz do canal no YouTube ‘Planeta Intestino’ agregar quase sete milhões de usuários, além de 10 milhões de seguidores espalhados nas redes sociais correspondentes. Os conteúdos são postados pelo Dr. Fernando Lemos, médico cirurgião, coloproctologista, vencedor do prêmio ibest duas vezes consecutivas nos últimos dois anos pelo voto popular. Lemos é o criador do maior canal médico relacionado ao tema na plataforma YouTube e tem participação ativa em vários programas de TV e podcasts renomados. Na entrevista a seguir, o médico fala sobre os principais temas abordados neste primeiro suplemento. Confira!
Sinais e Sintomas do Intestino
1. Quais são os sinais iniciais de que o intestino está pedindo ajuda?
Os sinais de que algo não vai bem no intestino geralmente começam de forma sutil — e é justamente aí que mora o perigo. Sintomas como distensão abdominal, excesso de gases, fezes amolecidas ou ressecadas, alternância entre diarreia e constipação, dores na região inferior da barriga, cansaço frequente e sensação de estufamento após as refeições são alertas naturais do corpo. No Protocolo Lemos, ensinamos que o intestino fala com a gente o tempo todo. A saúde intestinal é refletida na pele, no humor, no sono, na imunidade e até nas emoções. Por isso, ignorar esses desconfortos é como desligar o alarme de incêndio e continuar no prédio.
2. Como diferenciar sintomas funcionais, como a Síndrome do Intestino Irritável, de doenças mais graves como Doença Inflamatória Intestinal ou até câncer?
A diferença está principalmente na frequência, intensidade e na presença de sinais de alarme, como sangue nas fezes, anemia, fezes afiladas, perda de peso sem motivo, febres recorrentes, fadiga extrema ou dores constantes, porém, muitas vezes é impossível diferenciar sem um exame de colonoscopia. A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma condição funcional, sem inflamação visível, mas com impactos reais na qualidade de vida. Já a Doença Inflamatória Intestinal (DII)— como retocolite ulcerativa e doença de Crohn — envolve inflamações crônicas visíveis nos exames, podendo causar feridas intestinais, sangramentos e complicações sérias. O câncer colorretal, por sua vez, pode começar silenciosamente, com o passar do tempo, ocorrem mudanças no padrão das fezes (alteração do hábito intestinal), fezes afiladas, presença de sangue e perda de peso.
No curso, o Dr. Fernando Lemos alerta: “O corpo dá sinais. O erro é pensar que eles vão passar sozinhos.”
Quando procurar ajuda especializada
3. Quando é a hora certa de procurar um gastroenterologista?
A hora certa é quando os sintomas persistem por mais de 30 dias, se intensificam ou se acompanham de sangue, dor constante, emagrecimento ou qualquer alteração repentina e inexplicável no funcionamento intestinal. Mesmo sintomas “comuns”, como gases ou intestino preso, se persistirem, merecem atenção. No Protocolo Lemos, incentivamos o cuidado preventivo e a escuta do corpo. Procurar um gastroenterologista é uma atitude de responsabilidade com a própria saúde — não um exagero. E um alerta muito importante: pessoas a partir dos 45 anos ou 40 anos com histórico familiar de câncer de intestino, devem realizar uma colonoscopia preventiva, mesmo que não tenham sintomas.
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4. Há relatos de pessoas que ignoraram sinais e depois descobriram algo mais grave?
Sim, infelizmente há muitos. No Protocolo Lemos, já ouvimos histórias de alunos que passaram anos tratando seus sintomas como “normais” ou “gastrite nervosa ” ou “hemorróidas” e, ao buscar ajuda especializada, descobriram doenças como retocolite ulcerativa ou mesmo tumores precoces. Teve o caso de uma aluna que relatava apenas “barriga inchada e cansaço” e, após exames, foi diagnosticada com Doença de Crohn. Ela mesma disse: “Se eu tivesse ouvido meu corpo antes, teria evitado muito sofrimento.”
O nosso trabalho é justamente esse: despertar a consciência de que o intestino é o espelho da saúde como um todo.
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