Bastidores na Curuzu estão agitados - Foto: Jorge Luis Totti/PSC
Bastidores na Curuzu estão agitados - Foto: Jorge Luis Totti/PSC

Depois de levar o Paysandu ao fundo do poço da Série B do Brasileiro, com o time caindo para a Série C de 2026 com três rodadas de antecedência e, ainda, com o clube atolado em dívidas, o presidente Roger Aguilera resolveu apelar a formação de uma comissão para gerir o futebol bicolor. O grupo, que já vinha sendo montado há algum tempo, foi anunciado, ontem. Ele conta com a presença de dois ex-presidentes da agremiação, ambos vitoriosos em suas gestões, e um ex-diretor da agremiação.

Participam da comissão os ex-presidentes Alberto Maia e Vandick Lima, além do ex-diretor Icaro Sereni. São eles que, desde ontem, iniciaram o trabalho de reerguimento do futebol do clube. O grupo tem em sua liderança Alberto Maia. Conforme nota emitida pela assessoria do clube, Maia “será responsável por liderar uma importante reformulação no departamento de futebol. Bem como conduzir os processos de rescisão, renovação e contratações de novos atletas e outros profissionais necessários para o próximo ano.”

Com a “mão na massa”

Os novos gestores do futebol do Papão terão um “abacaxi” para descascar, visto que são muitas as dívidas a serem quitadas com os atletas e membros da comissão técnica que serão liberados e com aqueles que já foram afastados do elenco e que aguardam pelo pagamento de seus direitos trabalhistas. Aliás, a comissão já vem colocando a “mão na massa”, tendo como primeira deliberação o afastamento do, agora, ex-técnico da equipe, Márcio Fernandes e seu filho, o auxiliar técnico Márcio Fernandes Júnior.

É provável que por todo o dia de hoje, Maia e seus companheiros divulguem novas decisões relacionadas ao Departamento de Futebol do clube. Sabe-se de antemão que a maioria dos jogadores contratados pelo clube e cujos contratados estão prestes a se encerrar não continuarão na Curuzu. A lista é bastante grande e, consequentemente, exigirá um bom montante de dinheiro para efetivar a limpeza do elenco. O problema maior, no entanto, é encontrar recursos para pagar os dispensados.

Descentralização é a chave no Papão

Além dessa comissão anunciada, ontem, outras comissões estão sendo formadas para atuar no clube. Duas delas seriam uma para tratar da parte comercial, que será encarregada de tratar da captação de anunciantes, e a outra para se dedicar a divulgação de promoções e outros temas afins do clube. Os integrantes de tais comissões já estariam sendo sondados pelo presidente Roger Aguilera.

Com a criação e instalação das comissões, o Paysandu deve sofrer uma descentralização em sua administração, que vinha tendo em seu comando praticamente apenas Aguilera. Agora, as decisões serão distribuídas para cada um dos grupos. Mas, o poder maior dentro do clube pertence a Alberto Maia, que, ontem, em entrevista ao repórter Magno Fernandes, do DOL, afirmou estar com toda a vontade de trabalhar na recuperação do Papão.

“Será uma árdua missão, mas estou com a disposição igual a de um garoto de 18 anos para trabalhar pelo nosso Papão”, afirmou. O ex-presidente, que esteve no comando do Papão nos anos de 2015 e 2016, deu detalhes do trabalho que executará ao lado de Vandick e Ícaro. “Nosso trabalho é para o elenco de 2026. Só vou acompanhar estes últimos jogos, mas sem nenhuma ingerência. Que Deus nos abençoe”, comentou.