A volta do Coronel (mesmo sem querer): como Nunes 'derrubou' Ednaldo na CBF

O afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) teve a “participação” decisiva de um nome bem conhecido nos bastidores da entidade: Coronel Nunes, ex-presidente da CBF.

A Justiça do Rio de Janeiro declarou nulo o acordo que levou à eleição de Ednaldo, apontando “incapacidade mental” e possível falsificação da assinatura de Nunes, que figurava como signatário do documento.

Segundo a decisão judicial, há “robustos indícios” de que o dirigente Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, não possuía condições cognitivas para assinar o termo que respaldava a eleição de Ednaldo. Um laudo médico, aliado a uma perícia grafotécnica, embasou o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) na anulação do acordo firmado em janeiro, culminando no afastamento de Ednaldo da presidência da entidade.

Com isso, Fernando Sarney foi nomeado interventor provisório da CBF, responsável por convocar novas eleições o mais rápido possível.

Quem é Coronel Nunes

Coronel da reserva da Polícia Militar do Pará, Nunes tem longa trajetória no futebol. Foi presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF) por quase 20 anos — cargo que deixou por vontade própria. Ganhou projeção nacional ao assumir a presidência da CBF em 2016, inicialmente por cinco meses, e depois entre 2017 e 2019, após o banimento de Marco Polo Del Nero pela FIFA, acusado de corrupção.

Em 2021, voltou ao comando da CBF de forma interina, após o afastamento de Rogério Caboclo, acusado de assédio moral e sexual.

Nunes, hoje com 86 anos, protagonizou uma das maiores polêmicas diplomáticas da CBF. Durante a votação que definiu a sede da Copa do Mundo de 2026, contrariou um acordo firmado pela Conmebol, que apoiava a candidatura conjunta de Canadá, México e Estados Unidos, e votou isoladamente no Marrocos, irritando dirigentes sul-americanos.