Do lazer ao pavor: remadores são atingidos por lancha durante travessia
Do lazer ao pavor: remadores são atingidos por lancha durante travessia

Em um passeio tranquilo pelos igarapés da Ilha do Combu, em Belém (PA), o remador Igor Vianna e sua parceira de remo, Tayanne Tabosa, passaram por momentos de terror quando uma lancha da cooperativa de transporte que faz a travessia de passageiros na a ilha atingiu em cheio a canoa V3 em que remavam.

O incidente ocorreu durante uma travessia com céu limpo e “maré de azeite”, segundo Vianna. De repente, a lancha surgiu — Igor afirma que o condutor estava distraído, olhando para o celular — e colidiu com a embarcação, quebrando o leme, destruindo a canoa e fazendo com que ele perdesse óculos e celular no rio.

“Vi o terror no rosto dela, virei, não deu tempo de reação — só deu para me jogar da canoa e rezar para a hélice não me decepar por inteiro”, relatou Igor. Apesar do choque e dos estragos materiais, ambos escaparam com apenas escoriações e foram resgatados por outra embarcação.

Distração e despreparro provocam tragédias

Com a chegada do verão e dos períodos de férias, o número de embarcações motorizadas nos rios, lagos e no mar aumenta exponencialmente, e com ele, os abusos. Manobras perigosas, excesso de velocidade em áreas de tráfego misto e a distração de pilotos, como o uso de celulares e consumo de álcool, transformam o que deveria ser um espaço de lazer em uma zona de risco.

O episódio destaca os riscos que praticantes de esportes náuticos enfrentam em águas onde operam lanchas e jet skis em alta velocidade ou de forma irresponsável. Igor faz um alerta: “Caso sofra ou testemunhe alguma irregularidade, anote o número da embarcação e denuncie à autoridade marítima”.

Alerta sobre segurança náutica

O acidente lança luz sobre a necessidade de fiscalização mais rígida e de consciência por parte dos condutores motorizados nos rios da região metropolitana de Belém, para evitar que um susto se transforme em tragédia.

É fundamental que a comunidade náutica, especialmente os remadores, redobrem a atenção. E, mais importante, que não se calem diante da imprudência. Caso sofra ou testemunhe alguma irregularidade, é fundamental que a vítima anote o número de inscrição da embarcação e faça imediatamente uma denúncia à autoridade marítima de sua região. A atitude pode prevenir que um susto, como o de Igor, se transforme em uma tragédia.

Registro e consequências do acidente

Igor Vianna ficou machucado após o acidente, com um dorte no braço e escoriações pelo corpo mas registrou Boletim de Ocorrência na Seccional de São Brás e fez Corpo de Delito no Instituto Médico Legal (IML). A Capitania dos Portos apreendeu a lancha e o motorista imprudente garantiu que vai arcar com os prejuízos, estimados em R$ 25 mil.