De acordo com o Banco Central do Brasil, no país estão em circulação mais de 31 bilhões de moedas metálicas, valor que chega a quase 8,4 bilhões de reais. Mesmo distribuídas pelo Brasil, com o advento de outras formas de pagamento, a exemplo do Pix e cartões de crédito e débito, as moedinhas praticamente sumiram dos bolsos das pessoas e das gavetas dos comerciantes.
O economista Luiz Carlos Silva explica que muita gente deixa as moedas em casa, de maneira esquecida, por serem de pequenos valores, como 5 ou 10 centavos. “Esta é uma questão importante de se discutir porque o Banco Central informa que 35% das moedas metálicas estão fora de circulação, como por exemplo, guardadas em cofrinhos ou esquecidas em casa”. Ainda segundo o economista, a perspectiva é que cada vez mais as pessoas diminuam o uso das moedas.
Relacionada com o surgimento de novas formas de pagamento, a falta das moedinhas tem impacto social e econômico, segundo o economista. “Há muitos locais, como no interior, onde as pessoas não têm muitos meios para acessar tecnologias, e utilizam ainda o dinheiro físico como forma predominante para pagamento das compras. Então, isso pode refletir, por exemplo, na falta de troco em pequenos comércios”.
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Quem trabalha com a venda de produtos já percebeu que a falta das moedas em alguns momentos causa transtornos. O comerciante Dinaldo Miranda, 51, trabalha em um mercadinho localizado na avenida Perimetral, no bairro da Terra Firme, em Belém.
Segundo o comerciante, a maioria das compras no estabelecimento é feita por Pix ou cartão de débito e crédito, o que contribui para a falta das moedas no mercadinho. “As notas ainda têm circulação por aqui, como as de 2; 5; 10 e 20 reais. Mas as moedas estão sumidas. Às vezes temos que dar o nosso jeito para passar troco”.
Na feira provisória da Pedreira, na avenida Pedro Miranda, o feirante Nildo Moreira, 45, trabalha com a venda de frutas diariamente. No local, são aceitas todas as formas de pagamento. O feirante explica que ainda tem moedas em circulação, mas cada vez mais elas estão raras nas mãos dos consumidores e comerciantes. “Como vocês podem ver, só tenho essas moedas aqui. Já foi melhor, mas hoje está bem em falta por causa dos pagamentos feitos com Pix e cartão”.
