O Governo do Pará entregou, na noite desta segunda-feira (3), o Parque Linear da Nova Tamandaré e o Terminal Hidroviário da Tamandaré, ambos na Cidade Velha, em Belém. As obras integram o conjunto de ações voltadas à valorização dos espaços públicos, à mobilidade urbana e ao fortalecimento da economia criativa, compondo o legado da COP-30, conferência climática da ONU que começa na próxima semana.
O projeto foi executado pela Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop), com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com a Prefeitura de Belém. Durante a entrega, o governador Helder Barbalho destacou o simbolismo do novo parque para a cidade. “Hoje é um dia muito importante. Estamos entregando mais um parque linear, requalificando uma importante avenida que traz o canal em que as águas da Baía do Guajará avançam sobre a cidade. Com esta requalificação, conseguimos conciliar as águas com a ocupação urbana, transformando este espaço em um ambiente de convivência das famílias e de valorização desta região”, afirmou.
O local oferece espaços de convivência e lazer, com quiosques, ciclovia, parque infantil, fonte interativa, parque pet, academia ao ar livre, anfiteatro e áreas de contemplação. Ao longo das nove quadras, cerca de 80 novas árvores foram plantadas. O parque possui 2,5 km de pavimentação, urbanização, paisagismo, passarelas e cinco novas comportas para controle do fluxo das marés. As obras mobilizaram mais de 1.600 profissionais ao longo do período de execução.
“A intenção é gerar uma ocupação e uma movimentação permanente, num conceito de parque urbano para Belém. Queremos que as famílias usem, cuidem e se apropriem deste espaço. É uma entrega feita para a cidade, para que ela redescubra seus ambientes de convivência”, ressaltou o governador.
Além da requalificação paisagística e urbana, o projeto incluiu intervenções de saneamento básico, com nova rede coletora e tratamento de esgoto e águas pluviais — medidas que garantem mais saúde e qualidade de vida à população. Ao fim do parque, que começa na Padre Eutíquio e vai até a rua Doutor Assis, fica o novo Terminal Hidroviário da Tamandaré, com 1.300 m² de área construída e capacidade para atender cerca de 500 passageiros por dia, com possibilidade de ampliação.
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O espaço climatizado conta com mirante, área de embarque e desembarque, 12 salas administrativas, banheiros, lojas, restaurante, estacionamento e sistema de energia solar. “A partir desta terça, já estaremos deslocando linhas de embarcações que hoje saem do Ver-o-Peso para cá. Este terminal vai fortalecer o turismo fluvial e a economia local, ligando Belém a Barcarena, ao Baixo Tocantins e à região das Ilhas. Junto com a Prefeitura, queremos criar novas linhas que conectem distritos como Outeiro e Icoaraci, usando os rios como alternativa de deslocamento”, explicou Helder.
O governador também enfatizou o papel estratégico das obras no contexto da COP-30. “Cada dia a cidade abre novas portas e se prepara para receber o mundo. Este é um momento extraordinário em que Belém mostra sua beleza e acolhimento, afirmando seu papel como capital da Amazônia, a capital da floresta”, declarou.
A cerimônia contou com a presença de representantes do BNDES, da Assembleia Legislativa do Pará, do prefeito Igor Normando e da vice-governadora Hana Ghassan Tuma. “Além da Nova Tamandaré, estamos entregando um terminal novinho, que vai ajudar na locomoção, no dia a dia da nossa população. Então a gente está muito feliz e agora pede que a população nos ajude, cada um fazendo a sua parte, cuidando desse patrimônio que é de todos nós”, disse Hana.
Pedro Iooty, engenheiro do BNDES, ressaltou que as obras da COP formam o maior projeto de urbanização em periferias da história do banco. “É uma grande honra. O governador esteve com a gente lá em 2023, e o BNDES acreditou no projeto desde o início, trabalhando junto. É um legado enorme para a população. Ver a comunidade participando e aproveitando o novo espaço é muito gratificante”, disse.
Entre os equipamentos do parque, estão brinquedos infantis já aproveitados no primeiro dia de funcionamento por Gabriela, de 8 anos. A mãe dela, Silvane Boulhosa, 50, engenheira agrônoma e moradora da Cidade Velha, comemorou a entrega. “Sempre que eu queria levar minha filha, nós íamos para o Porto Futuro, para outros locais mais distantes da Cidade Velha. Agora ela já disse: ‘Mãe, não vou mais para outro lugar, vou ficar aqui’. A gente elogia muito essa iniciativa do Governo, era um local que precisava muito e tenho certeza vai fazer muita diferença”, afirmou.
